‘Cada vez mais estamos nos aceitando’, diz Mc Soffia
Nascida e criada na periferia da zona oeste de São Paulo, na Cohab Raposo Tavares, a menina de 14 anos é uma das referências infantis no rap
É terça-feira. Enquanto pessoas circulam pelas ruas do centro de São Paulo para almoçar, Soffia Gomes da Rocha Gregório Correia, a Mc Soffia, chega acompanhada da avó na biblioteca Monteiro Lobato, com camisa verde, shorts, boné e cabelos crespos.
Nascida e criada na periferia da zona oeste de São Paulo, na Cohab Raposo Tavares, a menina de 14 anos é uma das referências infantis no rap, com letras e rimas sobre aceitação e a desconstrução do preconceito entre as crianças. Nesta terça-feira (20), é celebrado o Dia da Consciência Negra.
“Ao mesmo tempo em que tem a coisa da diversão, as pessoas vão pegar a mensagem que estou querendo passar. Eu falo sobre o feminismo, sobre o empoderamento da menina negra, pra ela gostar do seu cabelo, da sua cor. Acho que as crianças pegam essas referências”, pontua.
- 12 lendas do folclore que estão em Cidade Invisível
- MC Pipokinha fala pela primeira vez sobre assédio que sofreu em show
- Rock In Rio vai do metal ao funk mandando ver na diversidade
- Rock in Rio: Elza Soares faz protesto e público grita contra Bolsonaro
O trabalho tem dado resultado. A rapper começou no hip hop após participar de uma oficina onde tinha aulas de canto, dança, grafite e de DJ. O que mais chamava a atenção era cantar.
Aos 12 anos, participou ao lado de Karol Conka da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. “Ela (Carol) foi a primeira mulher que gostei mesmo. Eu falei ‘quero ser igual’, cantar com ela e quero ser muito amiga”, relembrou.
A filha mais velha do ator Will Smith, a cantora americana Willow Smith é outra inspiração. Por outro lado, Soffia afirma que hoje ainda faltam referências às meninas de sua cor e que o objetivo é servir de exemplo para quem a vê cantar. Confira o texto na íntegra.