Casal que perdeu guarda do bebê nascido em ônibus não cumpre medidas há 6 anos

Mãe do recém-nascido esteve no fórum na segunda-feira, 23, para tentar recuperar a guarda do bebê

24/01/2023 10:32

Camila e Wagner, os pais que perderam a guarda do bebê nascido em um ônibus do Rio de Janeiro, não cumprem as determinações do Conselho Tutelar há mais de 6 anos. A mãe esteve na segunda-feira, 23, no fórum para tentar recuperar a guarda do filho, que se chama Miguel.

A família, que mora na comunidade do Tirol, na Taquara, é acompanhada pelas autoridades desde 2016 e perdeu a guarda do recém-nascido após decisão judicial.

Camila, mãe do bebê, foi ao Fórum da Taquara para tentar recuperar a guarda do filho
Camila, mãe do bebê, foi ao Fórum da Taquara para tentar recuperar a guarda do filho - Reprodução/TV Globo

O acolhimento do bebê foi determinado na última terça-feira, 17, pela juíza titular da 3ª Vara da Infância, Juventude e Idoso da Capital, Monica Labuto Fragoso Machado. Segundo ela, o caso foi considerado como “negligência grave e contumaz” e está sob sigilo.

Em entrevista ao RJTV, Camila disse que tem documentos, já o marido não, porque os dele acabaram queimando em um incêndio. Os outros três filhos do casal, de 2, 5 e 7 anos de idade, também não têm documentos, vacinas e nem matrícula escolar. Sem os registros, as crianças não podem ter acesso a direitos básicos, como a matrícula em instituições de ensino.

Camila e Wagner admitem que o Conselho Tutelar procurou a família há 3 anos para exigir a regularização dos documentos. Mas ela alega que não teve nenhum acompanhamento do poder público depois disso.

Já a Secretaria Municipal de Assistência Social responde que a família foi notificada e recebeu todas as orientações, inclusive o encaminhamento para comparecer ao cartório e fazer a documentação gratuitamente.

Pais tentam recuperar a guarda do filho

Camila foi até o Fórum da Taquara na segunda-feira, 23, para tentar registrar o bebê, que segue em um abrigo da Prefeitura do Rio.

“A única coisa que eu tenho do meu filho foi a foto (…) porque ele nasceu no ônibus, senão nem isso eu ia ter. A criança tem que amamentar, como tira a criança da mãe? Ou então me levava junto. Eu pedi: ‘Eu posso ir junto, ficar com ele?’ Eles não deixaram”, contou a mãe na reportagem.

Ainda segundo ela, o Conselho Tutelar havia dito era preciso apresentar os outros três filhos ao juizado em até 48 horas. O prazo terminou também na segunda. Por isso, o casal tenta passar a guarda das crianças, de forma provisória, para os avós deles.

“A gente tem o maior carinho com ela e com os filhos da Camila, eu os quero. Até a documentação sair, eu vou estar do lado dela toda hora”, disse o avô das crianças.

Relembre o caso do bebê que nasceu no ônibus

O nascimento de Miguel ganhou repercussão nacional após a mãe entrar em trabalho de parto dentro de um ônibus no Rio, na segunda-feira, 16.

Mãe estava no ônibus quando entrou em trabalho de parto
Mãe estava no ônibus quando entrou em trabalho de parto - Reprodução/TV Globo

A mulher deu à luz dentro do coletivo da linha 862, que faz o trajeto entre Rio das Pedras e o Barra Shopping. Assim que soube do que estava acontecendo, o motorista desviou a rota e seguiu para o CER Barra, no Hospital Lourenço Jorge.

No meio da confusão, o pai chegou a desmaiar. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o ônibus parou na frente da unidade e a mãe, a criança e o pai foram atendidos pela equipe de plantão.

As informações são do g1.