Caso Henry Borel: Babá muda completamente versão de seu depoimento
Na primeira audiência sobre o caso, Thayná pediu que a mãe do menino, Monique Medeiros, deixasse a sala e disse: 'Tenho medo'
Na primeira audiência sobre o assassinato de Henry Borel, a babá Thayná Oliveira Ferreira mudou se depoimento novamente. O ex-vereador Jairinho e a mãe de Henry, Monique Medeiros, são acusados da morte do menino.
A audiência terminou no início da madrugada desta quinta-feira, 7, após 10 pessoas serem ouvidas, inclusive o pai do Henry, Leniel Borel. As próximas audiências estão marcadas para os dias 14 e 15 de dezembro.
Antes de começar seu depoimento, a babá pediu que Monique saísse da sala. Thayná então mudou sua versão dos fatos e disse que nunca viu Henry ser agredido por Jairinho. Ela também afirmou se sentir manipulada por Monique.
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Segundo a babá, tudo pode ter sido imaginação: “No meu entendimento era a Monique que me fazia acreditar em muita coisa e por isso a minha cabeça estava transtornada e eu começava a imaginar um monstro, mas ali no quarto poderia não estar acontecendo nada e eu estava imaginando um monte de coisa”, disse Thayná.
A babá também afirmou que se sentia usada pela mãe de Henry Borel. “Me senti usada em que sentido? No sentido de que ela vinha, contava, tentava me mostrar o monstro do Jairinho e eu ficava com todas as coisas ruins na minha cabeça. Era tudo suposição da minha cabeça. Eu nunca vi nenhum ato”, afirmou Thayná.
Essa não é a primeira vez que a babá muda seu depoimento. Em abril, no segundo depoimento à polícia, Thayná afirmou que Monique sabia que Henry era agredido por Jairinho e que a mãe do menino havia lhe pedido que mentisse. Nessa época, ela relatou três ocasioões em que Henry foi agredido.
No primeiro depoimento À polícia, em março, a babá havia dito que nunca percebeu nada de anormal na relação entre a mãe, Jairinho e Henry Borel. do casal com o menino.
Depoimento do pai de Henry Borel
Leniel Borel, pai do menino, também prestou depoimento. Segundo ele contou, Henry já mostrava que não queria voltar ao convívio de Monique e Jairinho, quatro dias antes de morrer.
Durante o depoimento de Leniel, tanto ele como a mãe de Henry choraram.
“Ele se agarrava ao travesseiro pra não ir embora com ela. Ela começou a me ligar pra pedir ajuda, porque nos fins de semana, ele não queria voltar pra casa, eu conversei com ele. Eu fui falar pro Henry que a mãe tava lá embaixo e ele se agarrou no travesseiro falando ‘Não, papai, não quero ir’. Quando ele viu a Monique, começou a chorar. A avó, dona Rosangela, conversou, chamou ele pra ir na praia. Ela desceu com ele pra praia, e depois foram embora”, contou.
“O dia seguinte foi o primeiro dia de aula do menino. Eu sei que o primeiro dia de aula era difícil para uma criança de quatro anos, e fui pro primeiro dia, ela não me respondeu, cheguei na escola 6h50. Ela chegou umas 7h20, ele estava muito prostrado, acuado, cabisbaixo, eu achei que fosse uma reação à escola”, afirmou o pai do menino.
A situação se repetiu outras vezes. Segundo Leniel, Henry também contou o “tio” – Jairinho – o abraçava forte. “No sábado dia 6, eu peguei meu filho na casa do Jairinho, Quando eu peguei ele, ele me disse: papai, eu não quero mais voltar para a casa da minha mãe, não quero. Mas ele não dizia o porquê. Eu liguei pra Monique, ela disse que não tinha nada acontecendo e eu disse: ‘Monique, e se tiver alguma coisa acontecendo?’. Ela disse: ‘Eu mato o Jairo, Leniel!'”.
Leniel se emocionou em especial quando falou sobre seus últimos momentos ao lado do filho.
“Quando eu fui falar com ele que no dia seguinte tinha escola, ele me pediu pra não ir, que por favor não, que no dia seguinte ele iria, e aí eu falei que a gente podia ir pra casa da avó, só que eu já tinha combinado com a Monique. Quando no caminho ele percebeu que estava indo ao encontro da mãe, ele começou a chorar muito e vomitar. Eu falei ‘vai filho, a mamãe é boa’. E ele disse ‘a mamãe não é mamãe boa’. E eu perguntei o que estava acontecendo e ela diz que é uma questão da casa, e pergunta pro Henry se ele quer ajudar a mamãe a achar outra casa. Ele foi, chorando muito. Foi a última vez que vi meu filho”, disse.