Change.org lança movimento com 14 milhões contra maus-tratos a animais

Página exclusiva reúne 97 campanhas de ativistas e defensores da causa animal; total de assinaturas engajadas passa de 14,3 milhões

Em parceria com Change.org (Oficial)
13/03/2020 14:07

Página exclusiva da causa animal acaba de ser lançada pela plataforma (Foto: Divulgação/Change.org)
Página exclusiva da causa animal acaba de ser lançada pela plataforma (Foto: Divulgação/Change.org)

A plataforma de abaixo-assinados Change.org lançou um movimento contra os maus-tratos a animais, que reúne 97 petições online de ativistas e defensores da causa. Juntos, os abaixo-assinados que integram a página acumulam um total de 14.385.035 de assinaturas de pessoas que manifestam-se por penas mais duras e cadeia para quem maltrata os bichinhos, por justiça a animais brutalmente mortos e feridos, entre outras demandas.

O movimento, que já está no ar e pode ser acessado a partir do endereço https://maustratosnao.org/, ainda inclui campanhas que visam pressionar o poder público e os parlamentares a aprovar projetos de lei que beneficiam a causa e a vetar outros que a prejudicam, como aqueles que visam liberar a caça de animais silvestres no Brasil.

A diretora-executiva da organização, Monica Souza, explica que o movimento foi criado para dar mais visibilidade à gigantesca demanda que a plataforma recebe todos os anos sobre a causa animal. Segundo ela, há abaixo-assinados de direitos dos animais que, sozinhos, ultrapassam a marca de 2 milhões de assinaturas. “O ranking das 10 maiores petições da história da Change.org no Brasil mostra que três delas são desta temática”, comenta.

A maior campanha da causa engaja 2,7 milhões de pessoas contra um festival chinês que todos os anos mata cerca de 15 mil cães para venda da carne. No ano passado, as assinaturas recolhidas nesta petição foram levadas até a Embaixada da China, em Brasília.

A segunda maior, com 2,5 milhões de assinaturas, pede o aumento das penas para crimes de maus-tratos aos animais. Em dezembro, a Câmara dos Deputados sentiu a pressão popular e aprovou um PL que aumenta para até cinco anos a pena de reclusão para quem abusa, fere ou mutila cachorros e gatos. O PL depende agora de aprovação do Senado.

Já o terceiro abaixo-assinado citado por Monica tornou-se vitória na plataforma. “É o caso do cachorrinho morto por seguranças do Carrefour, que comoveu todo o país. A petição foi declarada vitoriosa depois que a autora entregou as assinaturas ao Ministério Público e o órgão fechou acordo com o hipermercado para que ele destinasse R$ 1 milhão a um fundo voltado para a causa animal”, explica a diretora. A campanha engajou 2,1 milhões de pessoas.

Assim como o caso do cãozinho Manchinha, outra injustiça recente com os animais provocou forte revolta nos brasileiros: a rinha de pit bulls descoberta pela polícia em dezembro do ano passado, em São Paulo. Esta causa também faz parte do movimento criado pela Change.org e já conta com mais de 400 mil apoiadores, ao lado de outra aberta pela ativista Luisa Mell e a ONG Mercy For Animals contra a exportação de animais vivos para abate.

“Este movimento, sem dúvidas, vai reforçar muito mais cada uma dessas campanhas. Quando formos cobrar as autoridades sobre os pedidos feitos nesses abaixo-assinado teremos agora o peso de um movimento gigantesco, que reúne mais de 14 milhões de apoiadores! Isso, com certeza, é muito significativo para a força do ativismo animal”, enfatiza Monica.

Os integrantes do movimento

Simone Gatto é uma das ativistas que fazem parte do movimento (Foto: Arquivo pessoal)
Simone Gatto é uma das ativistas que fazem parte do movimento (Foto: Arquivo pessoal)

Simone Gatto é dona de 10 gatos e duas cadelas, sendo cinco deles com deficiência. Defensora ferrenha dos animais, a ativista já conseguiu importantes feitos para os bichinhos – como o direito de levá-los no transporte público de São Paulo – e segue lutando por mais conquistas. Simone tem três campanhas hospedadas no movimento contra os maus-tratos.

“Na minha opinião, é satisfatório dar voz a todos estes animais massacrados por falta de leis mais rigorosas na proteção animal, por leis brandas e impunidade certa. Nossos animais são membros de nossa família, como tal merecem todo nosso respeito. Por isso, eu luto para que todos os dias eles sejam tratados com dignidade”, afirma a ativista.

Simone é autora de uma petição pela autorização do uso do canabidiol em animais, de outra pela liberação em horário integral para o transporte de pets nos ônibus municipais de São Paulo e de uma terceira pelo direito a faltas justificadas no trabalho em caso de urgências veterinárias. Em breve, a ativista deve levar as petições às autoridades responsáveis.

“Meus atos beneficiam milhões de animais esquecidos pelo poder público. Sei que vamos juntos, você aí assinando todas essas causas e eu aqui brigando muito”, diz Simone. Uma dessas “brigas” ela enfrentou ao lado do empresário Rogério Nagai, que conquistou vitória em um abaixo-assinado pela aprovação de uma lei para que animais domésticos possam ser transportados nos metrôs, trens e ônibus intermunicipais do Estado de São Paulo.

Assim como Simone, Nagai também lidera outras causas em defesa dos animais. No movimento da Change.org, o empresário está à frente de uma campanha que reúne mais de meio milhão de pessoas exigindo cadeia em regime fechado e inafiançável para quem pratica maus-tratos aos animais. Em breve, deve levar as assinaturas ao Congresso Nacional.

“Os animais não têm voz, não têm a quem recorrer em casos de maus-tratos, e somente com leis mais duras e canais de denúncias acredito que poderemos ter uma diminuição drástica nesses casos”, opina Nagai. Para o empresário, a página criada pela Change.org ajuda na conscientização da população e a pressionar por alteração nas leis.

Segundo Nagai, um movimento formado pela união de milhões de cidadãos passa a mensagem de que não haverá mais tolerância para quem pratica crime de maus-tratos aos animais. “Hoje as pessoas estão ficando mais conscientes e denunciando”, diz. “Não toleramos mais criminosos praticarem crimes de maus-tratos e saírem impunes com apenas cestas básicas. Que a lei seja alterada e o principal: cumprida”, finaliza o empresário.

Como fazer parte do movimento 

Além de apresentar as campanhas em defesa dos animais que mais estão bombando no momento, a página criada pela Change.org também conta com um espaço para debate entre os ativistas e apoiadores, além de um link de “respostas”, para o qual políticos e autoridades responsáveis podem enviar seus posicionamentos e soluções para os problemas.

“As pessoas interessadas podem se somar ao movimento de diversas formas: assinando e compartilhando as petições que fazem parte dele, criando novas campanhas em prol dos direitos dos animais e, ainda, fazendo uma doação para que possamos gerar mais impacto positivo em defesa dos animais. Aqueles que contribuem com doações para a causa recebem, ainda, um cartaz de apoiador ”, explica a diretora-executiva da organização.