Chef Helena Rizzo mostra dedo do meio contra Bolsonaro e polemiza

Elite paulistana detonou a cozinheira, que divulgou nota de esclarecimento

Helena Rizzo, chef do restaurante Maní, foi criticada por levantar bandeira do #EleNão
Créditos: Reprodução/GNT
Helena Rizzo, chef do restaurante Maní, foi criticada por levantar bandeira do #EleNão

Na última segunda-feira, 8, Helena Rizzo, chef do famoso restaurante Maní, em São Paulo (SP), causou revolta entre os frequentadores de seu estabelecimento ao fazer um post no Instagram em que aparece com sua equipe mostrando o dedo do meio, seguido das hashtags #elenão, #elenunca, #elejamais, #elenemfodendo, fazendo referência à campanha contra o candidato à presidência da república Jair Bolsonaro (PSL).

Alguns seguidores mostraram-se ofendidos e teve gente que até ameaçou não pisar mais no restaurante – eleito em 2016 como o 46º melhor do mundo pela revista inglesa “Restaurant”.

“Maní nunca mais”, disse um internauta. “Vai ser difícil consertar essa cagada”, comentou outro. “Picareta”, detonou mais um.

https://www.instagram.com/p/BomTb3Ll7iZ/?taken-by=helenarizzo

Diante da repercussão negativa, Helena divulgou uma nota de esclarecimento e pediu desculpas: “Escrevo este post em razão dos desdobramentos que minha postagem no último sábado geraram. Primeiramente, peço desculpas a qualquer pessoa que tenha se ofendido com o meu gesto, ele não foi direcionado a você. Meu gesto é uma manifestação contra o preconceito, o machismo, o racismo, a homofobia e a misoginia […] Em nenhum momento manifestei posição partidária, não sou comunista nem socialista. Sou uma pessoa que vê o futuro dos meus pares ameaçado. E isso, espero que entendam, é difícil demais aceitar”.

Entretanto, parece que a declaração não surtiu tanto efeito e alguns frequentadores voltaram a atacar a chef: “Absurdo total o post de antes, e piorou agora”.

Apesar disso, teve gente que apoiou Helena: “Helena, amo seu restaurante, sua cozinha, sua força”, disse uma fã.

Para se ter uma ideia, segundo o site “Uol”, UM menu degustação do restaurante custa R$ 430, ou, com harmonização de vinhos, R$ 730.

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Escrevo este post em razão dos desdobramentos que minha postagem no último sábado geraram. Primeiramente, peço desculpas a qualquer pessoa que tenha se ofendido com o meu gesto, ele não foi direcionado a você. Meu gesto é uma manifestação contra o preconceito, o machismo, o racismo, a homofobia e a misoginia. Reforço também que ele foi pessoal e expressa tão somente a minha convicção, e não a do Grupo Maní. Sou cozinheira há 23 anos, 13 dos quais no Maní, e nunca julguei ou escolhi cliente. Pelo contrário: diariamente cozinho para os outros, com empenho absoluto, exigindo o máximo de mim, dos cozinheiros e fornecedores que trabalham comigo. Sou feliz com o ambiente que criamos. O Maní é uma das cozinhas mais diversas que conheço, com brancos, negros, homens e mulheres, héteros e gays, gente do Brasil inteiro. Eles são minha família, pois é com eles que passo a maior parte do tempo. Assistir a um movimento crescente de intolerância que atinge boa parte dos meus colegas de cozinha me deixa extremamente consternada. Em nenhum momento manifestei posição partidária, não sou comunista nem socialista. Sou uma pessoa que vê o futuro dos meus pares ameaçado. E isso, espero que entendam, é difícil demais aceitar.

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