CNBB alerta fiéis que Padre Kelmon não pertence à Igreja Católica
A CNBB informa que padres católicos não são autorizados a concorrer a cargos políticos
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu um alerta oficial aos fiéis informando que o candidato do PTB à Presidência da República, que se autointitula padre, não pertence à Igreja Católica.
“O senhor Kelmon Luís da Silva Souza, candidato que se apresenta como ‘padre Kelmon’, não é sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana, sem qualquer vínculo com a Igreja sob o magistério do Papa Francisco”, afirma a CNBB na nota da última sexta-feira, 30.
A CNBB também ressaltou que “conforme vigência na Lei Canônica, os padres da Igreja Católica, em pleno exercício do ministério sacerdotal, não disputam cargos políticos, nem se vinculam a partidos.”
Kelmon e a Igreja
Padre Kelmon assumiu a candidatura do PTB após Roberto Jefferson, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ser impedido pela Justiça Eleitoral de pleitear o cargo no executivo.
Apesar de se apresentar como sacerdote religioso, ele também nunca foi ordenado na Igreja Ortodoxa.
Kelmon declarou ser ligado à Igreja Católica Apostólica Ortodoxa del Peru, uma instituição religiosa foi fundada pelo peruano Angelo Ernesto Morel Vidal que não possui ligação com as igrejas tradicionais.
Baiano, o religioso fundou o Movimento Cristão Conservador Latino-Americano, encabeçou o Movimento Cristão Conservador do PTB e faz missas, batismos e vídeos no YouTube.
Ele costuma denunciar uma suposta invasão islâmica no Ocidente e a perseguição a cristãos no Brasil. Nos debates, se destacou por fazer “dupla” com Jair Bolsonaro (PL).
Ironicamente, o atual presidente do Brasil é aliado do príncipe saudita Mohammed bin Salman, que, segundo a agência de inteligência dos Estados Unidos, mandou matar o jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, e proíbe igrejas e prática do cristianismo na Arábia Saudita.
Leia, abaixo, a nota da CNBB na íntegra:
Em atenção aos fiéis que enviaram perguntas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esclarecemos:
1- O senhor Kelmon Luís da Silva Souza, candidato que se apresenta como “padre Kelmon”, não é sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana, sem qualquer vínculo com a Igreja sob o magistério do Papa Francisco.
2- Oportuno ressaltar que, conforme vigência na Lei Canônica, os padres da Igreja Católica, em pleno exercício do ministério sacerdotal, não disputam cargos políticos, nem se vinculam a partidos.