Coletivo indígena incendeia estátua de Pedro Álvares Cabral no Rio

O coletivo indígena Urucumirim reivindicou a ação

O monumento em homenagem a Pedro Álvares Cabral, localizado na Glória, em frente à Praça Paris, na zona sul do Rio de Janeiro, foi pichado e incendiado na madrugada desta quarta-feira, 25. O coletivo indígena Urucumirim reivindicou a ação.

A estátua do descobridor português foi pichada com a frase: “Marco temporal é genocídio. PL 490 não”.

Coletivo indígena incendeia estátua de Pedro Álvares Cabral no Rio
Créditos: Reprodução/Twitter@urucumirim
Coletivo indígena incendeia estátua de Pedro Álvares Cabral no Rio

Ação é uma resposta ao intitulado “marco temporal”, integrante do Projeto de Lei 490/2007, que estipula que índios só podem reivindicar a demarcação de terras nas quais já estivessem estabelecidos antes da data de promulgação da Constituição de 1988.

“Queimamos a estátua de Cabral para destruir tudo que ele simboliza ainda nos dias atuais, em protesto contra o Marco Temporal e o genocídio indígena continuado”, diz o comunicado do coletivo Urucumirim, publicado no Twitter.

“Para lembrar que havia vida aqui antes de Cabral e para que esta vida continue existindo. Não pararemos de destruir seus símbolos para que um mundo novo possa nascer”, finaliza a nota. A publicação foi marcada pelo Twitter como restrita.

Hoje o Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à TI Ibirama-Laklãnõ, onde também vivem os povos Guarani e Kaingang. Será uma decisão de “repercussão geral”, atingindo todos os povos indígenas.

Em 2019, o STF deu status de “repercussão geral” ao processo, o que significa que a decisão tomada neste caso servirá de diretriz para a gestão federal e todas as instâncias da Justiça no que diz respeito aos procedimentos demarcatórios.