Com 93 mortes em 1 dia, caminhões transportam caixões de Bergamo para outras cidades
Foto de caminhões enfileirados levando corpos das vítimas do coronavírus comoveu o mundo. Número de mortos na Itália ultrapassou a China
Epicentro da pandemia de coronavírus na Itália, a cidade de Bergamo, na região nordeste, protagonizou um dos episódios mais tristes da história recente do país.
Na noite da última quarta-feira, 18, a imagem de caminhões militares enfileirados, que levava corpos de vítimas da doença, ganhou repercussão em todo o mundo.
Isso porque, em função do considerável número de mortos, o necrotério do distrito de Borgo Pallazo não tem capaciade para receber novos caixões. Além disso, o crematório da região, ativo ininterruptamente há mais de uma semana, incinera em média 25 corpos por dia.
O acúmulo de óbitos obrigou o prefeito da cidade, Giorgio Gori, a fechar o cemitério de Bergamo pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
The surging coronavirus death toll in Italy means the army is taking coffins from Bergamo to other cremation sites as local morgues are at capacity. pic.twitter.com/6HA0zZtZpE
— DW News (@dwnews) March 19, 2020
Exportando corpos
Com uma morte a cada 3,3 minutos, em pouco mais de duas semanas a Itália se tornou foco da pandemia em todo o mundo. Registrou 427 óbitos em apenas um dia e ultrapassou a China em número de vítimas: 3.405 contra 3.245.
Para lidar com a situação extrema, Bergamo recorreu ao uso de veículos militares, que transportam as vítimas para crematórios de outros municípios próximos.
Apenas na última quarta-feira, 18, os dados oficiais registraram 93 mortos na cidade, embora o próprio prefeito reconheça que a contagem deve ser ainda maior_uma vez que muitas vítimas, mortas com sintomas compatíveis aos do coronavírus, foram enterradas sem testes comprobatórios.