Com pratos da cozinha árabe, “Jantar dos Refugiados” promove integração cultural em SP

Jantar dos Refugiados, que acontece nesta terça-feira na Fatiado Discos e Cervejas Especiais, contará com receitas veganas em seu cardápio

São Paulo fala muitas línguas: expressadas em suas ruas, hábitos, cultura até chegar à cozinha, onde a mistura de sabores, aromas e temperos revela a origem de uma cidade construída por todos.

A recente chegada de sírios, palestinos, bolivianos, haitianos, senegaleses ou angolanos, entre muitos outros povos, apenas reforça a vocação da capital paulista que sempre teve suas portas abertas. Esta é a mensagem do Jantar dos Refugiados, que acontece nesta terça-feira, às 18h, na Fatiado Discos e Cervejas Especiais, organizado em parceria com a Ocupação Lelia Khaled, que abriga refugiados sírios e palestinos no bairro do Glicério.

Conversamos com Alan Feres, um dos organizadores do jantar, que contou um pouco sobre o propósito do evento, cujo principal objetivo está na integração das diferentes culturas que hoje vivem em São Paulo. “Fazia tempo que estava tentando realizar um evento que unisse os imigrantes da cidade com o restante da população. Fiz contato com algumas ONGs mas ainda não tínhamos conseguido nada. Até que minha cunhada conheceu a ocupação Leilla Khaled, que tem o sírio-brasileiro, Hassam , como um de seus porta-vozes. A partir daí começamos a pensar em algumas propostas até que surgiu a ideia do jantar”.

Cardápio do jantar contará com iguarias da cozinha árabe como tabule, hommus e banaganush

Mundo sem fronteiras 

Desde que a crise migratória ganhou as manchetes dos jornais em todo o mundo, milhões de pessoas deixaram seus países em busca do recomeço em países da Europa, Estados Unidos e também no Brasil.

Com quase 10 mil refugiados, os sírios representam a maior população de estrangeiros em condição de refúgio no país, reunidos em pouco mais de 3 mil pessoas. “Temos uma posição totalmente libertária e somos contra fronteiras. A situação dos refugiados está aí e buscamos formas de unir o tema com a questão da cidade. Temos essa preocupação e promover integração, além de incentivar oportunidades de trabalho, é uma forma de ajuda-los”.

O jantar desta quinta-feira pode ser apenas o primeiro de uma série de outros eventos semelhantes, que visam o apoio – não apenas simbólico – mas também financeiro dos refugiados. “Se tudo correr bem hoje, temos a expectativa de seguir com uma programação semanal. Misturar gastronomia, música, cinema, para mostrar às pessoas o valor das diferentes culturas que existem hoje em São Paulo.”