Comissário de bordo sugere que carrapato caiu do cabelo de homem negro
Homem reclamou de carrapatos no avião e recebeu resposta racista de funcionário
O biólogo Bruno Henrique Dias Gomes, de 25 anos, denunciou que foi alvo de um ataque racista em um voo da Gol, que saía de Marabá (PA) para Brasília.
Segundo Bruno, dentro do avião, caíram carrapatos em cima dele e da passageira ao lado. Ele avisou o comissário de bordo sobre o fato. “Pode ter caído de qualquer lugar, até do seu cabelo”, respondeu o funcionário da Gol.
“Eu estava sentado na poltrona ao lado do corredor. Do nada, caiu uma coisa em cima do celular. Eu e a passageira ao lado ficamos observando e, depois, ele caiu no chão. Passou uns três, quatro minutos e caiu outro, no ombro dela. Eu tirei, com a mão mesmo, coloquei sobre a bancada e chamei o comissário”, relatou ao portal brasiliense Metrópoles.
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“Falei que já era o segundo que caía, aí ele: ‘Você tem certeza?’ Eu mostrei o que estava na minha mão”, contou.
“Mais uns cinco minutos e caiu outro na minha mesa. Fui tentar pegar e ele caiu no chão. Chamei o comissário de novo e começou um burburinho na aeronave, porque na minha poltrona e na da frente todo mundo levantou para ver se tinha caído sobre os bancos”.
“Quando chegaram esses dois comissários, eles trocaram um pessoal [de assento] e eu continuei na minha poltrona. Aí, nesse momento, um deles falou assim: ‘Pode ter caído de qualquer lugar, até do seu cabelo’”.
Ao desembarcar, Bruno procurou um guichê da companhia aérea para registrar reclamação, mas não encontrou. Ele fez a queixa por meio do site da Gol, do consumidor.gov.br e do Reclame Aqui.
O que disse a Gol
Em nota, a Gol diz que “recebeu relatos de carrapatos durante o voo G3 1884, no dia 7 de junho na rota Marabá-Brasília, e acredita que os insetos possam ter sido transportados acidentalmente em alguma mala de mão”.
A Gol afirma ainda que “todas as aeronaves da Companhia passam por procedimentos diários e rigorosos de sanitização” e que “não compactua com quaisquer atitudes discriminatórias, preza pelo respeito e pela valorização das pessoas, e vai apurar o ocorrido”.
A empresa também diz que, como forma de compensação, ofereceu ao biólogo Bruno Henrique Dias Gomes, um ” crédito para que ele tenha uma nova oportunidade e experiência em voar com a Gol”.
Leia a íntegra da nota da Gol abaixo:
“A GOL recebeu relatos de carrapatos durante o voo G3 1884, no dia 7 de junho na rota Marabá-Brasília, e acredita que os insetos possam ter sido transportados acidentalmente em alguma mala de mão.
Todas as aeronaves da Companhia passam por procedimentos diários e rigorosos de sanitização, e a dedetização das aeronaves é realizada periodicamente, em curtos intervalos de tempo, como parte da rotina mandatória de manutenção.
Como forma de compensação ao Cliente e para que ele tenha uma nova oportunidade e experiência em voar com a GOL, foi lhe oferecido crédito disponível para uso até 31/07/2022, conforme também consta no site Consumidor.gov.
A GOL também reitera que não compactua com quaisquer atitudes discriminatórias, preza pelo respeito e pela valorização das pessoas, e vai apurar o ocorrido.”