Homem negro é obrigado a tirar roupa para provar inocência em supermercado

Com tamanha pressão em abordagem, ele chora ao deixar seus objetos pessoais no chão: "eu vim aqui pra comprar alguma coisa e me chamam de ladrão"

Um homem negro foi obrigado a retirar a roupa para provar que não roubou nada de uma supermercado atacadista em Limeira, interior de São Paulo. O caso aconteceu na última sexta-feira, 6. A vítima, de 56 anos, chegou a registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Homem negro é obrigado a tirar roupa para provar inocência em supermercado
Créditos: Reprodução/Twitter @metropoles
Homem negro é obrigado a tirar roupa para provar inocência em supermercado

De acordo com o registro policial, dois seguranças abordaram o homem por que suspeitaram que o cliente havia furtado produtos do estabelecimento. O caso ocorreu na rede atacadista Assaí, que fica no Centro da cidade.

Ele afirma que foi obrigado a tirar a roupa na frente de outras pessoas que estavam no supermercado para provar a sua inocência em não ter pegado nada do local.

As imagens mostram o homem em um canto, somente de cueca, muito estressado. No calor do momento, ele começou a chorar e foi acalmado pelos próprios funcionários.

Em um determinado momento, ele começa a gritar, desesperado: “eu vim aqui pra comprar alguma coisa e me chamam de ladrão”.

Na sequência, ele aponta para os objetos pessoais, deixando-os no chão durante a abordagem, e questionando se teria algo da loja que foi levado. Depois de vestir a roupa, ainda chorando, ele começa a pegar os objetos no chão.

A esposa do homem disse à EPTV, afiliada da TV Globo, que o marido tinha ido ao local para fazer pesquisas de preços, mas optou por não comprar nada. Na saída, foi abordado pelos funcionários , que o fizeram tirar a blusa de frio e a calça para provar que não levou produtos sem pagar.

A rede atacadista Assaí disse, em nota, que os funcionários envolvidos foram afastados e também abriu uma sindicância para apurar a ocorrência. A rede alegou, ainda, que não adota e nem orienta abordagens constrangedoras a seus clientes.

A ocorrência foi registrada na polícia como “constrangimento” por não ter provas de injúria racial contra os funcionários do mercado.