Conselho de enfermagem investigará quem vazou informações de Klara Castanho
"O conselho manifesta sua solidariedade à atriz e reafirma seu compromisso cotidiano com a ética profissional da enfermagem"
O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) decidiu apurar a conduta de uma enfermeira que teria ameaçado e divulgado informações sobre a atriz Klara Castanho. Klara revelou, em carta aberta publicada no último sábado, 25, que entregou para adoção de um bebê gerado por um estupro depois de o caso ter sido exposto.
“Eu, ainda anestesiada do pós-parto, fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: ‘Imagina se tal colunista descobre essa história’. Eu estava dentro de um hospital, um lugar que era para supostamente para me acolher e proteger”, contou a atriz. “Quando cheguei no quarto já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro.”
“O Coren-SP, assim como a sociedade brasileira, tomou ciência neste final de semana da situação exposta por atriz, que menciona, em uma carta aberta, ter sido alvo de ameaça de uma enfermeira e a seguinte confirmação por colunista da imprensa a respeito de informações sobre a entrega para adoção de um bebê fruto de um estupro”, escreveu a instituição.
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“O conselho seguirá os ritos e adotará os procedimentos necessários para a devida investigação, como ocorre em toda denúncia sobre o exercício profissional. Assim, o Coren-SP ressalta a cautela necessária sejam tomadas as medidas corretas para a apuração dos fatos.”
“O conselho manifesta sua solidariedade à atriz e reafirma seu compromisso cotidiano com a ética profissional da enfermagem e com a segurança da assistência prestada pela categoria. Tão logo venha a dispor das informações necessárias para a investigação, o Coren-SP reforça que todos os procedimentos para apuração serão devidamente realizados”.
O caso Klara Castanho
No último sábado, 25, a atriz Klara Castanho, de 21 anos, revelou que foi estuprada e entregou o bebê para adoção, segundo permitido por lei.
Ela afirmou que queria manter o caso em sigilo por se tratar de questão de fórum íntimo e dolorosa, mas que acabou sendo exposta por uma live de Antonia Fontanelle e pelo colunista Leo Dias. O assunto repercutiu nas redes sociais e o caso gerou comoção no Brasil.
“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que eu sofri. Eu fui estuprada”, contou a atriz.
“Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher. Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que eu ela merece ter. Entre o momento que eu soube da gravidez e o parto se passaram poucos dias”.
Abaixo, leia a carta escrita pela atriz Karla Castanho sobre o caso: