Contra cortes na cultura, orquestra protesta na Sala São Paulo

Com os cortes, museus pretendem cancelar exposições, diminuir horário de funcionamento e abandonar projetos didáticos

08/04/2019 15:14 / Atualizado em 11/09/2019 12:00

Após o anúncio do corte em 23% no orçamento voltado à cultura, na noite de sábado (6), os músicos da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo ergueram cartazes e permaneceram um minuto de silêncio pedindo a valorização da cultura.

A Orquestra

Referência por plano pedagógico e cuidadosa curadoria artística, a Orquestra Jovem do Estado é sinônimo de excelência musical no Brasil. Desde sua reformulação, em 2012, a Orquestra passou a ter uma exigente programação artística aliada a um novo plano pedagógico elaborado pela Santa Marcelina Cultura, o que ocasionou um expressivo salto de qualidade do grupo.

Cortes na cultura

O jornalista João Luiz Sampaio mostrou no Estadão o tamanho do impacto do corte de 23% no orçamento da Cultura de São Paulo anunciado por Doria.

Em um dos casos mais graves do estudo da Abraosc (Associação Brasileira das Organizações de Cultura), o Theatro São Pedro será fechado.

Os museus pretendem cancelar exposições, diminuir horário de funcionamento e abandonar projetos didáticos.

A Pinacoteca do Estado prevê a “diminuição drástica da programação pública, com cancelamento de exposições, palestras e eventos de formação”. O Museu da Casa Brasileira diz que há “risco de descontinuidade de sua agenda”.

O Museu Catavento deverá reduzir o número de funcionários e de monitores universitários, além da paralisação da renovação das seções. Já o Museu Afro Brasil vai cancelar todas as exposições temporárias e fechar durante três dias da semana.

O Museu da Imagem do Som também vai reduzir as horas de funcionamento e deixar de fazer atividades nos 120 municípios. A implementação do Museu da Língua Portuguesa será suspensa.

A Escola de Música do Estado de São Paulo ressalta que há a chance de encerramento das atividades das orquestras formadas por alunos, com o fim da temporada de concertos e a suspensão do pagamento de mais de 150 bolsas de estudo. Há previsão, ainda, do fechamento de 300 vagas e a demissão de 80 funcionários.

No Conservatório de Tatuí, está prevista a demissão de 60 professores e a dispensa de 800 alunos, além do encerramento das atividades do polo de São José do Rio Pardo.

Em entrevista para anunciar os cortes, João Doria afirmou que a cultura faz parte de sua vida. “Mas governar é estabelecer prioridades, ter capacidade de gestão e coragem de fazer as coisas. Deixo claro que as prioridades da minha gestão são Educação, Saúde, Habitação, Segurança Pública e Assistência Social”.