Curso de programação para mulheres está com inscrições abertas
As inscrições vão até o dia 21 de agosto e o curso, que é em São Paulo, tem duração de oito semanas
O setor de tecnologia ainda sofre com a cultura sexista e faz duras críticas a pessoas como o engenheiro James Damore que foi demitido pelo Google na segunda-feira, 7, por ter escrito um memorando interno em que reclamava das políticas de diversidade de gênero da empresa.
Ele disse que homens possuem aptidões naturais para serem programadores de informática e mulheres são inclinadas “aos sentimentos e à estética do que às ideias” e por isso optam por carreiras sociais e artísticas.
Para o “Minas Programam“, projeto que visa desconstruir a ideia de que homens são mais aptos a programar, o predomínio masculino no mercado de tecnologia da informação (TI) é latente e naturalizado culturalmente, “de forma que pensemos que homens são biologicamente mais aptos para programar e mulheres mais adequadas a relações interpessoais”, explicam.
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Isso faz com que sejam construídas ideias de inferioridade que limitam o desenvolvimento da mulher desde a infância. Com isso, a falta de estímulo e de referências não geram motivação e explica a ausência delas na tecnologia.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 20% dos profissionais de TI no Brasil são mulheres.
Pensando nisso, o Reprograma, iniciativa que desenvolve habilidades de liderança e empreendedorismo para mulheres, vai promover um curso de programação para capacitar 25 mulheres em programação frond-end.
O curso acontece na Escola SENAI de Informática, na Santa Cecília, centro de São Paulo, tem duração de oito semanas e carga horária de 320 horas. O único custo é de R$ 120 da matrícula e as aulas vão de 11 de setembro a 3 de novembro. A grade curricular é estruturada em programação (HTML, CCS e Javascript), empreendedorismo e mentoria.
Para participar é preciso ter concluído o ensino médio, não estar trabalhando e ter disponibilidade de estar nas aulas presenciais em horário integral. As inscrições devem ser feitas pelo site www.reprograma.com.br até o dia 21 de agosto.
Com dados do projeto Minas Programam, dos 1.683 engenheiros da computação formados em 2010, apenas 161 eram mulheres, segundo o Inep. Assim como dos 7.339 formados em ciências da computação no mesmo ano, só 1.091 eram programadoras.
Em 2015, de um total de 330 ingressantes dos cursos de Computação da USP, 38 eram mulheres. Dos 300 mil profissionais registrados no CREA-SP (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia de SP), apenas 49 mil são mulheres.
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