Damares diz que menina de 10 anos estuprada deveria ter feito cesárea

A ministra também criticou o cirurgião que fez o aborto na menina estuprada pelo tio desde os seis anos

18/09/2020 10:59

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que a menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio no Espirito Santo deveria ter levado a gravidez adiante e feito uma cesárea.

A polêmica declaração foi dada ao programa “Conversa com Bial”, exibido na madrugada desta sexta-feira, 18.

Damares criticou o cirurgião que fez o aborto e diz que menina estuprada deveria ter passado por cesárea
Damares criticou o cirurgião que fez o aborto e diz que menina estuprada deveria ter passado por cesárea - Reprodução/TV Globo

“Os médicos do Espírito Santo não queriam fazer o aborto, eles estavam dispostos a fazer uma antecipação de parto. Mais duas semanas, não era ir até o 9 mês, Bial, a criança ficar nove meses grávida, conversa com os médicos. Mais duas semanas poderia ter sido feita uma cirurgia cesárea nessa menina, tirar a criança, colocar numa encubadora, se sobreviver, sobreviveu. Se não, teve uma morte digna.”


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A ministra também criticou o médico Olímpio Moraes Filho, que realizou o aborto na menina com autorização da Justiça em um hospital de Recife (PE).

” Eu acredito que o que estava no ventre daquela menina era uma criança com quase seis meses de idade e que poderia ter sobrevivido. Discordo do procedimento do Dr. Olímpio, mas discordo de tudo o que aconteceu em torno dessa criança”, disse Damares a Pedro Bial.

Damares também falou sobre a investigação de dois de seus assessores que são suspeitos de terem vazado a identidade e a localização do hospital onde a menina passaria pelo aborto. A ministra diz botar a mão no fogo de que não foram eles os responsáveis.

Dezenas de militantes antiaborto foram à porta do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE) tentar impedir a interrupção da gravidez da menina de 10 anos.

“A nossa equipe foi à cidade com um deputado estadual e as três reuniões que fizemos lá foram com muitas pessoas juntas na delegacia, no Conselho Tutelar e na Secretaria de Ação Social. Em momento algum os profissionais disseram para os nossos técnicos o nome dessa menina”, afirmou Damares.