Debate na Band é marcado por ataques entre candidatos ao governo

Em noite de confrontos e troca de farpas, debate da Band foi destaque nas redes sociais

17/08/2018 02:12 / Atualizado em 20/08/2018 13:23

Debate na Band reuniu os sete candidatos mais bem colocados nas pesquisas
Debate na Band reuniu os sete candidatos mais bem colocados nas pesquisas - Divulgação

Na noite desta quinta-feira, 16, a Rede Bandeirantes promoveu o primeiro debate entre candidatos ao governo do Estado de São Paulo.

O programa, com cerca de duas horas e meia de duração, foi dividido em quatro blocos e teve início com o tema segurança pública. Participaram os candidatos Márcio França (PSB), Rodrigo Tavares (PRTB), Paulo Skaf (MDB), Marcelo Cândido (PDT), João Doria (PSDB), Luiz Marinho (PT) e Professora Lisete (PSOL).

  • Segurança Pública

Primeiro a comentar a questão, Paulo Skaf prometeu a revogação de benefícios como saídas de presos e indultos, em um governo “sem saidinha”. Disse ainda que a segurança pública em São Paulo é uma total insegurança. “Vou reestruturar a Polícia Civil. Quero a Polícia Civil investigando e a Polícia Militar nas ruas. As duas têm que trabalhar juntas”.

Em seguida, o ex-prefeito de São Paulo João Doria Jr. ressaltou que, para enfrentar os desafios que envolvem a questão da segurança no estado, é necessário apostar no “padrão Rota” – batalhão especial da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). “No padrão Rota. Todos sabem que com a Rota não se brinca”.

A fala do tucano logo chamou atenção nas redes sociais, que o compararam o discurso ao ex-governador paulista, Paulo Maluf.

Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, e candidato ao governo do Estado pelo PT, aproveitou a oportunidade para atacar a administração PSDBista. Segundo ele, o partido acabou com a Polícia Civil de São Paulo.”É preciso investir em equipamento, em inteligência e no salário dos policiais”.

No mesmo caminho da crítica feita por Marinho, professora Lisete chamou atenção para a precariedade dos agentes de segurança.” O PSDB desarticulou a Polícia Civil e todo mundo sabe que crime se resolve com ciência e tecnologia. No nosso governo vamos ampliar o atendimento das delegacia para 24 horas , inclusive a delegacia das mulheres”.

O atual governador do Estado, Márcio França, foi enfático sobre a questão: “3 pontos são fundamentais. Tecnologia, inteligência e valorização do policial”.

  • ‘Farinata’ de Doria 

Questionado pelo candidato do PDT, Marcelo Cândido, sobre a proposta de incluir a “farinata” na merenda de alunos da rede municipal, Doria negou que a ideia fosse substituir refeições pela mistura, e tentou se esquivar da acusação ao alegar que projeto não era da prefeitura, mas, sim, da Cúria Metropolitana. Defendeu ainda a política de merenda de sua gestão.

  • Saúde 

Indagado sobre programa de saúde preventiva pelo candidato Marcelo Cândido (PDT), João Doria recorreu a um de seus projetos na prefeitura paulistana para responder a questão: “Ação preventiva é fundamental em todas as áreas. Vamos repetir no estado o que fizemos na capital, como o programa Doutor Saúde”.

Em outra oportunidade, respondeu a Márcio França sobre a questão da saúde. “Fizemos uma readequação do sistema de saúde, sempre procurando melhorar o atendimento. É mais barato prevenir do que curar”.

Sobre a questão da saúde, Skaf avaliou a péssima situação dos hospitais públicos no estado. “A saúde de SP está na UTI. Não há maior desrespeito do que receber um carimbo no hospital: volte em quatro meses. Não pode ter fila para doença que mata”.

  • Transporte:

Questionado pelo jornalista Rafael Colombo sobre as falhas da CPTM, Márcio França disse que em casos de problemas, a CPTM deve indenizar o passageiro. Propõe a criação de um projeto que, em dias críticos, conceda direito a táxi e outro meio de transporte aos usuários.  “A primeira regra é, se a CPTM falhar, ela tem que indenizar o passageiro. Estamos mandando para a Assembleia Legislativa esse projeto. Não é correto as pessoas ficarem à disposição da CPTM”.

Sobre a questão do transporte, Skaf aposta numa maior integração entre metrô e CPTM para corrigir as falhas diárias, privilegiando a revitalização das linhas e modernização dos trens.”Vamos fazer 200 km de metrô e aumentar as integrações com a CPTM. Vou pegar todas as obras paradas e fazer andar”.

  • Educação 

Questionado sobre educação, Luiz Marinho (PT) diz que irá dobrar o salário dos professores, para corrigir o que ele chamou de  desastre da gestão tucana.”Vamos melhorar as condições das escolas como laboratórios e bibliotecas. Se Maranhão pode aumentar salário, porque São Paulo não faz?”.

Lisete Arelaro lembrou a Marcio França que o atual governo fechou 2 mil salas de aula e apontou que o Estado de SP propôs verbas de apenas 25% para a educação e não os 30% previstos na constituição estadual. Desta forma, alguns bilhões não serão aplicados na educação paulista.

E aproveitou o momento para alfinetar João Doria, o grande alvo da noite:”Ele assinou um compromisso e não cumpriu. Estaria reprovado se estivesse matriculado no sistema público de educação”. 

    • Ponto alto da noite: França x Doria e a polêmica do javali 

Em junho, França sancionou projeto de lei que proíbe “a caça, em todas as suas modalidades, sob qualquer pretexto, forma e para qualquer finalidade”, em todo o estado.

E o tema foi lembrado pelo jornalista Rafael Colombo, que o questionou sobre a polêmica e foi prontamente rebatida pelo atual governador.  “Pra você ver como um jornalista mal informado pode formular uma pergunta totalmente errada. Não proibi nenhuma caça ao javali”.

Neste momento, Doria aproveitou a situação para alfinetar o candidato, alegando que ele havia mudado de ideia – numa dessas situações que resumem por que, muitas vezes, é melhor ficar calado – e foi a deixa para Márcio França rebater a provocação de forma categórica. “Quem muda constantemente de ideia é você. 43 vezes você prometeu que cumpriria seu mandato na Prefeitura de São Paulo (…). Não traio meus amigos, não traio minhas posições e não engano o povo”.  

Após declaração de Márcio França, Doria pediu direito de resposta, mas a comissão do debate negou já que não houve qualquer tipo de ofensa.