Defesa de Adélio Bispo de Oliveira vai alegar insanidade mental
De acordo com reportagem do G1, o defensor também declarou na noite de sábado, 8, que o agressor já fez uso de medicação
O advogado Zanone Manuel de Oliveira Junior, um dos quatro profissionais que assumiram a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, agressor responsável pelo ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), vai alegar à Justiça Federal que o cliente tem histórico de tratamento psiquiátrico e sofre de insanidade mental.
De acordo com reportagem do G1, o defensor também declarou na noite de sábado, 8, que o agressor já fez uso de medicação. “Primeiro que ele tem um histórico pretérito de uso de medicação controlada, tarja preta. Ele nos relatou isso. Ele já fez várias consultas com neurologista, inclusive acompanhamento com psiquiatras. Isso nos foi passado por ele”, disse.
“Além disso, ele disse que foi Deus que mandou [esfaquear Bolsonaro]. Ou seja, se ele está ouvindo vozes, aqui a gente tem aquela figura de delírios persecutórios”, continuou Zanone. “Meu cliente acha que fez um bem à nação brasileira, pasmem, pasmem”, contou o advogado, que trabalhou nos casos do goleiro Bruno e da missionária americana Dorothy Stang.
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“O que a banca vai analisar é, se no momento que o meu cliente ele erigiu a sua mão, ostentando uma faca e golpeou o presidenciável Jair Bolsonaro, se ele tinha condição de discernir o certo do errado, se ele era portador de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado”, justificou ao G1.
Para o Estado de Minas, o advogado Fernando Magalhães relatou que Adélio lhe disse que “saiu para morrer. Para matar e morrer”. “Ele tenta demonstrar que isso é verdade através do Facebook, em que disse ter dado ‘tchau’ antes de sair.”
“Posteriormente, disse que a vontade dele era matar. E disse que ia ser morto por apoiadores do Bolsonaro também. Segundo ele, saiu sabendo que ia morrer após o atentado”, conta o advogado Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa.
Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, confessou o crime e segue preso. Ele foi transferido para o presídio federal de Campo Grande (MS).
Contratação da defesa gera controvérsia
Zanone Manuel de Oliveira Junior afirmou à reportagem do “Jornal Nacional” no sábado, 8, que foi contratado por um homem de Montes Claros (MG), que seria da mesma igreja do agressor de Bolsonaro.
Os advogados Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, Fernando Costa Oliveira Magalhães e Marcelo Manoel da Costa também fazem parte da defesa de Adélio. Os quatro defensores não revelam por quem foram contratados.
Recuperação de Jair Bolsonaro
Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL, fazia um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) na tarde de quinta-feira, 6, quando foi esfaqueado na região do tórax. Ele foi retirado por seguranças do local e levado para a Santa Casa da cidade, onde foi submetido a uma cirurgia. Na manhã de sexta-feira, ele foi transferido em um jatinho com UTI móvel para São Paulo e internado no Hospital Albert Einstein, onde segue em recuperação.
A decisão da transferência foi feita pela família após médicos considerarem o estado de saúde dele “extremamente estável”. Bolsonaro teve uma grave perfuração no intestino grosso e pode ficar até três meses com uma bolsa externa ligada ao intestino. A facada também lesionou uma veia na região do abdômen. De acordo com boletim médico, não há “nenhuma evidência de infecção”.