Advogados do agressor de Bolsonaro dizem estar sofrendo ameaças

Advogados de defesa de Adélio Bispo de Oliveira, homem que esfaqueou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), relatam que estão sendo ameaçados

Os advogados de Adélio Bispo de Oliveira, que confessou ter esfaqueado o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), relatam sofrer ameaças por telefone e críticas constantes nas redes sociais.

Fernando Magalhães, advogado de defesa do agressor de Bolsonaro
Créditos: Tomaz Silva/Agência Brasil
Fernando Magalhães, advogado de defesa do agressor de Bolsonaro

Um deles, o advogado Fernando Magalhães, contou ao Estado de Minas que tirou até seus filhos de circulação. “Recebemos ameaças. Tirei meus filhos de circulação. Assim que pousamos (em Belo Horizonte), recebemos ligação. Foi uma situação muito ruim”, afirmou o profissional.

O advogado Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, que também assumiu a defesa do agressor de Bolsonaro, disse ter recebido críticas nas redes sociais. Além disso, foi questionado por colegas de profissão.

“Eu ouvi críticas, muitas críticas nas redes sociais e por mensagens na internet. Diretamente a mim, só críticas. Ameaças não. Vi que o doutor Zanone (Manuel de Oliveira Júnior, também da defesa) e o Fernando, sim”, pontuou.

“Ouvi críticas até de colegas. Se não fôssemos nós, seriam outros advogados ou até mesmo um defensor público, pago pela sociedade. Não concordamos com a ação do Adélio, mas não vamos nos acovardar diante de ameaças”, completou ele.

Advogados de Adélio Bispo de Oliveira dizem não ter nada contra Bolsonaro

Fernando Magalhães, ainda em entrevista ao Estado de Minas, argumentou que estão “defendendo o direito de uma pessoa, não um partido ou uma ideologia”.

“Nós estamos pedindo a condenação do cara. A gente prega que seja justa. A defesa lamenta o ocorrido. Nós não temos nada contra o Bolsonaro. Desejamos melhoras para ele. Não existe nenhuma vontade nossa. É um réu da Justiça. Não somos moleques da advocacia”, concluiu Magalhães.

Os advogados Zanone Manuel de Oliveira Júnior e Marcelo Manoel da Costa também fazem parte da defesa de Adélio. Os quatro defensores não revelam por quem foram contratados.

O agressor está preso e foi transferido para o presídio federal em Campo Grande (MS).

Adélio foi preso por atacar o deputado Jair Bolsonaro; segundo a PM, ele confessou a autoria do crime
Créditos: Divulgação/Polícia Militar
Adélio foi preso por atacar o deputado Jair Bolsonaro; segundo a PM, ele confessou a autoria do crime

Recuperação de Jair Bolsonaro

Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL, fazia um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) na tarde de quinta-feira, 6, quando foi esfaqueado na região do tórax. Ele foi retirado por seguranças do local e levado para a Santa Casa da cidade, onde foi submetido a uma cirurgia. Na manhã de sexta-feira, ele foi transferido em um jatinho com UTI móvel para São Paulo e internado no Hospital Albert Einstein, onde segue em recuperação.

A decisão da transferência foi feita pela família após médicos considerarem o estado de saúde dele “extremamente estável”. Bolsonaro teve uma grave perfuração no intestino grosso e pode ficar até três meses com uma bolsa externa ligada ao intestino. A facada também lesionou uma veia na região do abdômen.

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