Desembargadora é condenada por publicar calúnias contra Marielle Franco

A ação corre em sigilo e foi movida por familiares

A desembargadora Marília de Castro Neves Vieira foi condenada pela Justiça do Rio de Janeiro a pagar indenização à família da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março de 2018, por calúnia. Pouco depois do crime, a magistrada publicou em suas redes sociais que a vereadora tinha relação com o crime organizado e havia sido “eleita pelo Comando Vermelho”.

A luta de Marielle Franco precisa continuar
Créditos: Mídia Ninja/ Wikimedia Commons
A luta de Marielle Franco precisa continuar

Na época, a desembargadora escreveu que “a tal Marielle descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”. Na avaliação da desembargadora, ela foi assassinada “por seu comportamento, ditado por seu engajamento político”.

“Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”, afirmou.

A irmã de Marielle, Anielle Franco, comentou a decisão em uma postagem no Twitter.

Muzema

Dois dias antes do desabamento dos prédios na comunidade da Muzema, no Rio, a desembargadora Marília de Castro Neves Vieira barrou a demolição de um outro prédio do local.

A prefeitura do Rio informou que a decisão não está relacionada com as construções que desabaram, mas sete prédios do condomínio estão em processo administrativo para interdição.  E, agora, não há mais como negar o risco dessas construções.

Bombeiros atuam na busca por sobreviventes após o desabamento de prédios na comunidade da Muzema
Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
Bombeiros atuam na busca por sobreviventes após o desabamento de prédios na comunidade da Muzema

O crime

Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL, foi morta no dia 14 de março de 2018, no bairro da Estácio, região central da capital fluminense. Na ocasião, seu motorista, Anderson Gomes também foi assassinado.

Ela ficou conhecida por sua atuação contra a ação de setores da polícia nas comunidades do Rio. Dias antes de ser executada, a vereadora havia denunciado uma ação de policiais militares do 41º BPM (Irajá) na Favela de Acari. De acordo com Franco, moradores haviam reclamado da truculência com que policiais estavam abordando moradores.