Desenhos e gravuras em detalhes

Por: Catraca Livre
Marina Mantovanini
Ivo Muniz em seu espaço de criação

Para concluir o curso de comunicação visual, Ivo Muniz trabalha em um projeto em que pretende – usando as técnicas de xilogravura – entender o cotidiano de algumas profissões em São Paulo e transformar em gravuras, as fotos que tira pelas ruas da cidade.

Sempre interessado em desenho, a primeira memória artística que Muniz tem do seu imaginário infantil são as capas, cheias de imagens, de alguns discos que faziam parte da coleção dos pais e que mexiam com as ideias dele. Fascinado com o universo das formas, treinava, copiando dos livros do artista britânico Roger Dean, os traços que lhe agradavam muito.

Sem parar de exercitar, era durante as aulas na escola e nos momentos livres que ele aperfeiçoava as figuras geométricas que fazem parte dos seus traços. Como no universo da matemática, sua arte é repleta de equações absolutas, somadas em linhas retas e curvilíneas simétricas, delineadas pelo grafite e nanquim.

Além dos desenhos em papel, conheceu no primeiro ano de comunicação visual, do Senac, um novo estilo de trabalho, a xilogravura – uma arte na madeira que junta desenho e técnicas de entalhe e pintura. Se tornou monitor de algumas oficinas no próprio Senac e entrou para o ateliê Piratininga, do artista Ernesto Bonato, uma espécie de residência artística, onde no espaço, dividido entre outros artistas, Ivo pratica e cria suas gravuras e também oferece cursos sobre o assunto.

Tentando cada vez mais dominar o estilo, já realizou alguns trabalhos como a fachada de uma loja, cheia de lambe-lambes, modelados na madeira e uma série de gravuras de ícones que de alguma maneira fizeram parte da vida dele.

O artista de poucas cores e muitas linhas define as influências que tem ao criar como se chegassem por ondas sonoras. “A música sempre teve um grande valor na minha vida. Geralmente, o que eu escuto acaba sendo representado tanto nas minhas gravuras quanto nas formas que traço”.  Do hardcore ao reggae, os vinis que rodeiam o ateliê em que trabalha e que tocam na antiga vitrola não o deixam mentir.

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