Desmatamento é cultural, diz Bolsonaro
Segundo o presidente, a prática de queimar e cortar as árvores faz parte da cultura dos brasileiros e não vai acabar
Na manhã desta quarta-feira, 20, o presidente Jair Bolsonaro comentou o crescimento recorde da destruição amazônica como o resultado de práticas culturais do brasileiro. “Você não vai acabar com o desmatamento nem com as queimadas. É cultural”, disse.
A afirmação foi feita na saída do Palácio do Alvorada, quando parou para cumprimentar um grupo de eleitores. O presidente também rebateu a ex-ministra Marina Silva. “No período dela tivemos a maior quantidade de ilícitos na região amazônica.”
Quando foi ministra do Meio Ambiente (2003-8), Marina Silva também viu dois recordes de desmatamento na Amazônia, em 2003 e 2004. Em 2005, foi lançado o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), dando maior alcance de fiscalização ao Ibama.
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De agosto de 2018 e julho de 2019, a floresta amazônica registrou destruição recorde, segundo o sistema de monitoramento Prodes (Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia). O aumento foi de 29,5%, 9762 km² foram desmatados, conforme dados do Inpe.
Proporcionalmente, o aumento deste ano é o terceiro maior da história, perdendo para os anos de 1995, com crescimento de 95%, e 1998, com 31%.