Ironia, graffiti, nudez: maneiras criativas de protestar

Um jeito jamais visto de ganhar votos e protestar. Mulheres prometem mandar nudes para eleitores que não votarem em Donald Trump.

O eleitor só precisa mostrar prova fotógrafica da sua escolha na eleição presidencial para receber o nude, contou reportagem do “Metro”.

 
 

O movimento tem um nome irônico: “Tramps Against Trump” (Vagabundas contra Trump). É liderado por uma mulher que usa o pseudônimo de Jessica Rabbit.

1. Seja irônico

Os jogos olímpicos de 1936 foram realizados em Berlim. A Alemanha encontrava-se sob o regime nazista de Adolf Hitler e, para o führer, um bom desempenho dos atletas alemães seria uma ótima propaganda política. O atleta norte-americano Jesse Owens venceu quatro medalhas no atletismo e, durante a cerimônia de um de seus pódios (e ao lado de um atleta alemão saudando Hitler), fez uma continência à situação.

Jesse entrou para a história por ter desafiado o racismo nazista, mas sempre alegou que o enfrentava também em seu próprio país – lamentava por nunca ter recebido nem um simples telegrama de parabenizarão do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt.

 2- Faça um graffiti

Ao lado do Congresso Nacional, em Brasília, fica uma comunidade de catadores de material reciclável. Apesar da proximidade, os moradores do local dizem que os “vizinhos” nãos e importam muito com eles. O grafiteiro Thiago Mundano passou por lá e deixou o recado.

3- Fique pelado

Nos últimos anos a maior parte da população mundial foi apresentada ao grupo de ativistas chamado Femen. As garotas ficaram conhecidas por protestarem sem roupas, principalmente durante a Eurocopa de 2012, realizada na Ucrânia e na Polônia, países com frequentes denúncias de turismo sexual.

O grupo costuma ser enfrentado com argumentos de que não é preciso nudez para protestar. Bem, de uma forma ou de outra as imagens do Femen acabam correndo o mundo. Suas pautas, estampadas em seus próprios corpos, também.

Em Berkeley, nos Estados Unidos, diante do risco de árvores serem derrubadas ativistas geraram impacto agarrando-se pelados aos troncos.

4. Faça uma música

Em 1973 Chico Buarque estava sob a mira dos censores da Ditadura Militar. Para que suas canções não fossem “interditadas”, ele adotou o pseudônimo Julinho da Adelaide e, assinando assim, compôs “Acorda Amor”, “Milagre Brasilerio” e “Jorge “Maravilha”. Esta, interpretada pelos militares como uma história de amor, foi aprovada, mas trazia uma provocação ao regime. Certa vez, Chico foi detido por agentes do DOPS e, no elevador, um deles pediu que o cantor desse um autógrafo para sua filha. A letra da música brincava com isso e com o boato de que a filha do presidente Ernesto Geisel também seria uma fã de Chico. “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta.”

5. Fique parado

Um coreógrafo turco chamado Erdem Gunduz parou na Praça Taksim, em Istambul, e ficou olhando para um retrato de Mustafa Kemal Ataturk, o homem que fundou a Turquia secular moderna. Ali ficou durante horas quieto, sem falar nada, apenas olhando para o retrato. Acabou sendo imitado por vários turcos, que apenas chegavam para ficar parados na praça onde ocorre a maioria dos protestos antigoverno turcos.

6- Não faça “nada”

Em 5 de junho de 1989, na Praça Celestial de Pequim, China, um homem desconhecido ficou parado em frente a uma coluna de tanques após forte repressão do governo ao protesto de estudantes chineses.

O jovem nunca teve a identidade revelada e há fortes indícios do jovem ter sido executado pelo governo. A imagem rodou o mundo e tornou-se uma das mais importantes da história recente.

7- Faça um filme


Depois de ser condenado pela justiça do Irã e proibido de filmar por vinte anos, o cineasta Jafar Panahi aguarda em prisão domiciliar o resultado de sua sentença no tribunal de apelação. Ele aproveita o período para retratar como é um dia na vida de um perseguido político, transformando a censura em arte com “Isto não é um filme”, de 2011.

8- Crie um país


Insatisfeito com a situação política da Nigéria, o músico Fela Kuti, resolveu declarar independência. Ele formou a República Kalakuta, que na verdade era um estúdio de gravação e uma casa. A liberdade de criação possibilitou que sua música ficasse popular no país e ficasse cada vez mais política, irritando a ditadura.

Em 1974, após o lançamento da música “Zombie”, que criticava os militares do país, a República Kalakuta foi invadida por quase mil soldados. Fela Kuti foi espancado e sua mãe arremessada pela janela. Em protesto ele enviou o caixão da mãe para o quartel central do país e compôs Coffin of Head State e Unknown Soldier, já que o inquérito oficial dizia que a comuna foi destruída por um soldado desconhecido.

9- Use o humor (custe o que custar)

Convidado pela produção de Os Simpsons para fazer a vinheta de abertura da série, Bansky criticou o próprio seriado na animação, denunciando péssimas condições de trabalho na China, onde parte da animação e os brinquedos da série são produzidos.

10- Faça um quadrinho

Para denunciar o aumento das mortes na periferia de São Paulo, o quadrinista e jornalista, Alexandre de Maio, utilizou uma ferramenta diferente para tratar um assunto sério.