Dimenstein: a maior acusação de corrupção já feita contra juízes
Nunca se viu na história do Brasil uma acusação tão grave de corrupção contra o poder Judiciário.
Não é uma acusação a um punhado de juízes, mas a todos os juízes – o que, obviamente, é infundado. Mas o sentimento é real.
Uma pressão em todo o país pede que o presidente Michel Temer vete o aumento aos ministros do Supremo Tribunal Federal, aprovado no Congresso.
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O custo desse aumento, levando em conta o efeito no funcionalismo varia entre R$ 4 bilhões a 6 bilhões – afinal, o salários deles é o teto do servidores.
Uma petição online já se aproxima das 3 milhões de assinaturas – o que nunca se viu na história do Brasil.
Juntou de Bolsonaro até Guilherme Boulos, passando pelo PT. O jornal “O Estado de São Paulo” juntou-se ao grupo, classificando o aumento de “inconstitucional”.
Apesar de toda essa pressão, fala-se abertamente nas redes sociais que só existiria um motivo para Temer não vetar. E a convicção generalizada é de que vai vetar. Motivo: como está envolvido em denúncias de corrupção, ele não quer irritar os juízes, afinal será certamente julgado.
Aí está a gravidade. Os juízes seriam “comprados” com o aumento. Se receberem, ficariam quietos ou aliviariam a vida de Temer.
Traduzindo: por um alguns trocados, eles mudariam a atitude.
Não concordo. Mas é assim que o brasileiro está vendo o Judiciário.
Para completar, a barganha que aparece para aprovação do aumento é imoral – aí assim verdadeira.
O Supremo Tribunal Federal negociou o fim do auxílio-moradoria ( R$ 4 mil) apenas se o aumento salarial foi aprovado.
Acontece que nenhuma pessoa de bom senso pode considerar esse auxílio correto. É imoral pagar aluguel a uma pessoa que tem casa onde trabalha.
Os juízes não perceberam que, com essa atitude, estão ajudando involuntariamente a manchar a imagem de um poder essencial para a democracia.