Dodge pede que Supremo proíba apreensão de livros na Bienal do Rio

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, determinou que livros com temática LGBT fossem censurados

08/09/2019 11:20 / Atualizado em 11/09/2019 12:15

Na manhã deste domingo, 8, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que se suspenda a decisão judicial que permite a apreensão de livros na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que termina hoje. O pedido de Dodge pode ser rejeitado pelo Supremo.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, determinou na quinta-feira, 5, o recolhimento de livros tidos como “impróprios para menores”. Os que mais foram impactados são os de temática LGBT.

 

Raquel Dodge pede que Supremo proíba apreensão de livros na Bienal do Rio
Raquel Dodge pede que Supremo proíba apreensão de livros na Bienal do Rio - Reprodução

Neste sábado, 7, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio mudou a decisão da primeira instância e determinou que sejam recolhidas da Bienal todas as obras que tratem da temática LGBT e que sejam voltadas para o público infanto-juvenil.

Ele alegou que “não se trata de ato de censura”. O desembargador afirma, na decisão, “ser inadequado que uma obra de super-herói, atrativa ao público infanto-juvenil, a que se destina, apresente e ilustre o tema da homossexualidade a adolescentes e crianças, sem que os pais sejam devidamente alertados”.

Protestos

Uma onda de protestos tomou conta do Brasil após a censura dos livros com temática LGBT. Nas redes sociais, há muitas publicações que clamam por respeito e liberdade às obras literárias.

Felipe Neto

Um dos protagonistas dos protestos foi o youtuber Felipe Neto, que comprou 14 mil livros com temática LGBT e doou aos presentes na Bienal do Rio.