Felipe Neto compra 14 mil livros com tema LGBT para dar na Bienal

Decisão aconteceu após tentativa de censura de Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro

Por: Redação

Felipe Neto foi parar nos Trending Topics do Twitter nesta sexta-feira, 6, ao anunciar que comprou nada menos que 14 mil livros com com temática LGBT para distribuir na Bienal do Livro, no próximo sábado, 7. A decisão aconteceu após Marcelo Crivella, prefeito da cidade, mandar recolher do evento uma HQ temática dos Vingadores com um beijo entre dois homens.

Felipe Neto comprou 14 mil livros com tema LGBT para distribuir na Bienal, após censura de Crivella
Créditos: Reprodução/Youtube e Divulgação
Felipe Neto comprou 14 mil livros com tema LGBT para distribuir na Bienal, após censura de Crivella

De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, a distribuição vai ocorrer às 12h, na praça de alimentação. Entre os títulos escolhidos, estão “Dois Garotos se Beijando”, de David Levithan (Galera); “Arrase!”, de RuPaul (HarperCollins); “Boy Erased”, de Garrard Conley (Intrínseca); e “Ninguém Nasce Herói”, de Eric Novello (Seguinte).

Crivella manda recolher HQ dos Vingadores com personagens gay

Os exemplares serão entregues dentro de um saco preto com um aviso: “Este livro é impróprio – para pessoas atrasadas, retrógradas e preconceituosas”.

Na noite da última quinta-feira, 5, Crivella anunciou em seu Twitter que censuraria a HQ “Vingadores – A Cruzada das Crianças”, que estava sendo vendida na Bienal. Isso porque o prefeito ficou sabendo que a história em quadrinho traz dois homens se beijando e o político considera tal ilustração pornografia – o que teria ferido o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Contudo, cerca de 24 horas depois, a Justiça do RJ concedeu uma liminar que impede as autoridades municipais de buscar e apreender obras em função de seu conteúdo, “notadamente” aquelas que tratam de conteúdo LGBT.

De acordo com o “G1”, a decisão do desembargador Heleno Ribeiro Pereira Nunes, da 5ª Câmara Cível também obriga “as autoridades impetradas a se absterem de cassar a licença para a Bienal, em decorrência dos fatos veiculados”.

Houve uma fiscalização da Secretaria de Ordem Pública (Seop) para identificar e lacrar livros com conteúdo “impróprio” na Bienal. Porém, os fiscais não encontraram livros em ‘desacordo’ com as normas.