Doria condena manifestação contra democracia convocada por Bolsonaro
"A democracia no Brasil está sólida, mas ela não pode sofrer agressões e nem ameaças por parte do presidente da República", disse o governador de São Paulo
“Nós temos poderes legitimados, bem constituídos e bem consolidados. A democracia no Brasil está sólida, mas ela não pode sofrer agressões e nem ameaças por parte do presidente da República”, afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em Brasília, após encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Doria também criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por governar apenas para quem pensa como ele, para quem votou nele e não para todos os brasileiros, como deveria.
“Ele [o presidente] tem que respeitar os votos que recebeu e os votos que não recebeu. Ele tem que governar para todos os brasileiros e não apenas para os seus seguidores, para os que votaram, ou os que são seguidores como bolsominions, ou entusiastas do presidente Bolsonaro. É preciso governar para todos os brasileiros. Esse é o sentimento que move uma democracia. Você não pode governar só para aqueles que você gosta, ou aqueles que gostam de você, governe para todos”, disse Doria.
“Você também não governa através de manifestações, seja via imprensa ou seja via Whatsapp”, disse o governador de São Paulo, em referência aos vídeos divulgados por Bolsonaro, convocando uma manifestação contra o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, no próximo dia 15.
Segundo Doria, a instabilidade política promovida pelo governo afeta a econômica, os investimentos, impede a geração de empregos e abala a confiança dos outros países no Brasil. “Portanto, presidente Bolsonaro, vamos ao diálogo, ao entendimento e ao respeito pela democracia”, conclamou Doria.
Na campanha de 2018, Doria incentivou o movimento “bolsodoria”, para que os eleitores votassem nele para governador e em Bolsonaro para presidente. Em 2019, os dois começaram a ter atritos e romperam o apoio político. Atualmente Doria e Bolsonaro planejam concorrer a Presidência, em 2022.