Drauzio Varella faz vídeo arrebatador sobre estupros na USP

Como você já leu aqui, o aluno de medicina da USP, Daniel Tarciso da Silva Cardoso, acusado de dopar e estuprar ao menos três alunas em festas universitárias, deverá se formar em breve. Inclusive, poderá colar grau.

Esta foi a decisão da comissão processante estabelecida no âmbito da Faculdade de Medicina, em reunião realizada na sexta-feira, dia 21 de outubro. Depois deste fato, o doutor Drauzio Varella postou o seguinte vídeo no seu Facebook.

“Quando acontecem esses casos de estupro, todo mundo acha que a mulher tem uma parcela de culpa, principalmente se ela bebeu. Eu fico chocado com esse tipo de interpretação. Eu já bebi e muitas vezes eu passei do ponto, mas eu nunca fui estuprado. E eu não conheço nenhum homem que tenha sido nesse tipo de situação. Estupro é crime. Esse caso da Faculdade de Medicina é exemplar. Eu acho que essa situação é muito simples. Eu fico muito envergonhado disso acontecer na faculdade em que eu aprendi a ser médico. As pessoas ficam chocadas sabe por quê? Porque nós médicos temos acesso aos corpos dos pacientes. E as pessoas têm que ter confiança de que nós vamos respeitá-las, independentemente do fato de elas estarem bêbadas, drogadas ou anestesiadas. Isso não pode acontecer com médicos de forma nenhuma, especialmente com alunos que cursaram as melhores escolas do país. Esses meninos que fazem essas coisas têm a exata sensação da impunidade.”

O PASSADO DE DANIEL TARCISO DA SILVA CARDOSO

O aluno já foi acusado de homicídio quando era soldado da Polícia Militar, de onde pediu exoneração em 2008. Em fevereiro de 2004, na região central de São Paulo, ele teria atirado em outro homem em um bloco de Carnaval. O caso foi suspenso na Justiça.

O QUE DIZ O ADVOGADO DE DEFESA DO ESTUDANTE DA USP?

Daniel Alberto Casagrande, advogado do estudante, diz que as acusações de estupro são falsas.

“Foram instaurados três procedimentos apuratórios na FMUSP e nenhum deles reconheceu a ocorrência de estupro”, afirmou Casagrande ao portal. “A suspensão das atividades acadêmicas se deu por outros fatos, não pelo estupro. Há um processo criminal em andamento que, por tramitar sob sigilo, não pode ser comentado”, disse ele entrevista para o UOL.

Por Felippe Canale

Jornalista parceiro da Catraca Livre