‘Ele soa como nós’, diz ex-líder da Ku Klux Klan sobre Bolsonaro
Após a repercussão, o candidato do PSL declarou no Twitter que 'recusa qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas'
O historiador norte-americano David Duke, ex-líder do grupo Ku Klux Klan (KKK) nos Estados Unidos, comentou sobre a política brasileira no programa de rádio que comanda e fez elogios ao candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro.
“Ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista”, declarou Duke sobre o presidenciável. “Ele é totalmente um descendente europeu. Ele se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França. E ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro.”
“A verdade é que os movimentos nacionalistas, que são basicamente pró-europeus, estão definitivamente varrendo o planeta. Mesmo em um país que você jamais imaginaria”, reiterou Duke em referência à ascensão de Bolsonaro no Brasil.
- Funcionária de hospital denuncia colega por caneca com alusão à Ku Klux Klan
- Bolsonaro defende sua ida à maçonaria e diz não ter nada contra
- Após ter negado, ex de Bolsonaro diz que é dona de mansão de R$ 3 milhões
- SP: Professor usa roupa da Ku Klux Klan em escola e gera revolta
Conhecido por negar o Holocausto, o historiador ainda fez ressalvas à proximidade do presidenciável do PSL com Israel e afirmou que Bolsonaro é parte de um fenômeno nacionalista global.
“Ele vai fazer coisas a favor de Israel, e acredito que ele esteja tentando adotar a mesma estratégia que Trump: acho que Trump sabe que o poder judaico está levando a América ao desastre, levando a Europa e o mundo ao desastre. Então, o que ele está tentando fazer é ser positivo em relação aos judeus nacionalistas em Israel como uma maneira de obter apoio”, disse.
O Ku Klux Klan, defensor da supremacia branca sobre negros e judeus, começou a atuar em 1865 nos Estados Unidos. Os integrantes costumavam usar capuzes brancos para proteger sua identidade e assustar as vítimas. O grupo foi responsável por muitas das torturas e linchamentos no país.
A BBC News Brasil procurou a campanha do candidato, que ainda não comentou as declarações do ex-líder do grupo. Duke também não respondeu aos pedidos de comentários enviados pelo veículo.
No Twitter, Jair Bolsonaro comentou a repercussão do caso e se defendeu: “Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade”. Veja abaixo: