Eleitores de Bolsonaro ameaçam de morte professor em Natal
Aula de história terminou com homem ameaçado por partidário do PSL
Eleitores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) ameaçaram de morte um professor de Natal. O ataque aconteceu após uma explicação do docente sobre a aplicação da Lei Rouanet, que foi vista como ato político pelo pai de um aluno.
Os estudantes de uma turma do primeiro ano do ensino médio do CEI Mirassol _uma das mais tradicionais escolas particulares da capital potiguar_ receberam em sala a coordenadora Ana Cristina Dias na manhã de sexta-feira (5). Ela interrompeu as atividades para perguntar se na aula anterior, de história, houve menções políticas a algum candidato.
Os alunos responderam negativamente, mas o caso ganhou repercussão e viralizou em grupos de WhatsApp. Em um áudio de mais de três minutos encaminhado a um grupo familiar, o professor de história Euclides Tavares contou, alarmado, que viu sua citação à Lei Rouanet em aula dedicada à história do cinema alvo de críticas dos seguidores de Bolsonaro.
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Segundo relatos do professor e de um aluno, ele explicava por que símbolos de estatais como a Petrobras apareciam na abertura de filmes nacionais, indicando que se tratava de apoio por meio da Lei Rouanet. Ele mencionou os filmes “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”, argumentando que o problema das drogas no Rio de Janeiro era causado pela falta de enfrentamento dos políticos.
“A coordenadora me chamou para perguntar o que houve, porque um pai ligou para dizer que eu estava fazendo discurso a favor de Lula e metendo o pau em Bolsonaro. Ele disse ‘resolva, resolva porque senão quem vai resolver sou eu. Vou aí com mais três pais armados e ele vai ver por que Bolsonaro é… pra ser presidente do Brasil’. E pá! Bateu o telefone”, disse Tavares. O professor afirmou que está estudando que providências tomará sobre o assunto.
Um aluno que estava na aula relatou que um colega abertamente pró-Bolsonaro já está sendo identificado como suspeito de ter acionado o pai e está enfrentando bullying. Já a escola confirmou a versão do professor de que não houve debate político em sala de aula. “Possivelmente foi um trote, mas temos que averiguar de verdade”, explicou Ana Cristina Dias.
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