Em 1º ato político, Lula se refere a Bolsonaro como miliciano
Lula também atacou a Operação Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro e a política econômica do governo Bolsonaro
Em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), na tarde deste sábado, 9, um dia após deixar a prisão, o ex-presidente Lula fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao qual se referiu como miliciano.
“Ele [Bolsonaro] foi eleito. Democraticamente nós aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de 4 anos. Agora, ele foi eleito para governar pra o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”, disse o ex-presidente para uma multidão.
Lula também atacou a Operação Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro e a política econômica do governo Bolsonaro.
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“Quando um ser humano tem clareza do que ele quer na vida, do que ele representa e de que seus algozes estão mentindo, eu tomei a decisão de ir lá pra PF. Eu poderia ter ido para uma embaixada, para outro país. Eu precisava provar que o juiz Moro não era um juiz, era um canalha que tava me julgando. Que o Dallagnol não representa o MP, montou uma quadrilha com a força-tarefa da Lava Jato, inclusive para roubar dinheiro da Petrobras e das empreiteiras. Se eu tivesse saído do Brasil, eu seria tratado como fugitivo”, afirmou.
O ex-presidente também atacou a Rede Globo. “Lá em cima tá o helicóptero da Rede Globo de Televisão para falar merda outra vez sobre o Lula e sobre nós”, referindo-se a aeronave que acompanhava o ato.
Em nota, a emissora repudiou os ataques do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A prova de isenção da emissora é a transmissão do discurso que o ex-presidente fez ontem e hoje. Também é prova de sua isenção ser alvo de ataques dos extremos do espectro político hoje, tão radicalizado. A Globo faz jornalismo sério e continuará a fazer. Sem se intimidar e sem jamais perder a serenidade”, diz a emissora carioca.
Lula deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde ficou preso por 580 dias, beneficiado pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que definiu que a prisão de condenados somente deve ocorrer após o fim de todos os recursos.
Estavam presentes no ato o ex-prefeito Fernando Haddad, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), o líder do MTST, Guilherme Boulos, a deputada Gleisi Hoffmann e outras lideranças do PT.