Em 1º ato político, Lula se refere a Bolsonaro como miliciano

Lula também atacou a Operação Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro e a política econômica do governo Bolsonaro

09/11/2019 15:45

Em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), na tarde deste sábado, 9, um dia após deixar a prisão, o ex-presidente Lula fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao qual se referiu como miliciano.

“Ele [Bolsonaro] foi eleito. Democraticamente nós aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de 4 anos. Agora, ele foi eleito para governar pra o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”, disse o ex-presidente para uma multidão.

Lula durante ato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP)
Lula durante ato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP) - Paulo Pinto / Fotos Públicas

Lula também atacou a Operação Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro e a política econômica do governo Bolsonaro.

“Quando um ser humano tem clareza do que ele quer na vida, do que ele representa e de que seus algozes estão mentindo, eu tomei a decisão de ir lá pra PF. Eu poderia ter ido para uma embaixada, para outro país. Eu precisava provar que o juiz Moro não era um juiz, era um canalha que tava me julgando. Que o Dallagnol não representa o MP, montou uma quadrilha com a força-tarefa da Lava Jato, inclusive para roubar dinheiro da Petrobras e das empreiteiras. Se eu tivesse saído do Brasil, eu seria tratado como fugitivo”, afirmou.

O ex-presidente também atacou a Rede Globo. “Lá em cima tá o helicóptero da Rede Globo de Televisão para falar merda outra vez sobre o Lula e sobre nós”, referindo-se a aeronave que acompanhava o ato.

Em nota, a emissora repudiou os ataques do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A prova de isenção da emissora é a transmissão do discurso que o ex-presidente fez ontem e hoje. Também é prova de sua isenção ser alvo de ataques dos extremos do espectro político hoje, tão radicalizado. A Globo faz jornalismo sério e continuará a fazer. Sem se intimidar e sem jamais perder a serenidade”, diz a emissora carioca.

Lula deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde ficou preso por 580 dias, beneficiado pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que definiu que a prisão de condenados somente deve ocorrer após o fim de todos os recursos.

Estavam presentes no ato o ex-prefeito Fernando Haddad, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), o líder do MTST, Guilherme Boulos, a deputada Gleisi Hoffmann e outras lideranças do PT.