Em CPI das Fake News, blogueiro bolsonarista exibe notícia falsa

O Allan dos Santos, do site Terça Livre, exibiu Fake News em depoimento no Senado

O Allan dos Santos, criador do site Terça Livre, depôs nesta terça-feira, 5, na CPMI das Fake News. O blogueiro é considerado um dos líderes de um esquema de divulgação de notícias falsas e de ataques a adversários do presidente Jair Bolsonaro.

Em depoimento aos parlamentares, Allan dos Santos afirmou que criou o site para defender o conservadorismo e atuar contra as “guerrilhas armadas do Brasil”. Em diversas vezes, ao responder as perguntas de deputados e senadores, o blogueiro atacou o PT.

 
Créditos: Roque de Sá/Agência Senado
 

Sem querer, o blogueiro bolsonarista deu uma aula de como se produz uma “fake news”.

Aos ser questionado sobre o vínculo com Olavo de Carvalho,  Allan afirmou que aprendeu nas aulas com o guru do bolsonarismo que o Porto de Mariel serviria para o Brasil e Cuba comercializarem armas nucleares e exibiu uma reportagem da revista Veja.

Mas, segundo o jornalista Guilherme Amados, da Época, a reportagem, fala de um relatório da ONU que apontava o uso do porto para fazer o transporte de armamento para um navio da Coreia do Norte, descumprindo sanções internacionais.

Allan dos Santos negou que compartilha fake news, mas que apenas compartilha pensamentos de outras pessoas sobre determinadas situações, não sendo ele o criador das notícias falsas.

Apoio de Bolsonaro

O blogueiro disse ainda que criou o site Terça-Livre em 2014 para “vencer o comunismo, as Farc [forças revolucionárias colombianas] e todo o trabalho de guerrilha armada no Brasil”.

Allan reiterou seu apoio a Bolsonaro, mas negou receber financiamento do governo. Ele chegou, inicialmente, a concordar com pedido da relatora da CPI, deputada Lídice da Mata (PSB-BA) para autorizar a quebra do seu sigilo bancário e fiscal. Porém, voltou atrás ressaltando que “o ônus da prova é de quem acusa”.

Questionado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP) sobre como mantém o site, Allan disse que recebe doações por meio das redes sociais e que não há como identificar quem contribui, mas que paga impostos sobre esse valor. No YouTube, o canal Terça Livre TV tem, atualmente, 629 mil inscritos.

“Sou dono do maior portal conservador da América Latina e não recebo nenhum centavo do governo”, disse.