Em meio a fogo cruzado, Mandetta pede para equipe evitar eventos com presidente
Embate político entre Mandetta e presidente ganha novos episódios e expõe tensões internas no Palácio da Alvorada
O embate político que antagoniza Jair Bolsonaro e Henrique Mandetta frente à epidemia do novo coronaviru ganhou novo episódio neste final de semana. Segundo a coluna Painel da Folha de S. Paulo, o ministro da Saúde pediu para sua equipe evitar eventos onde esteja o presidente.
O pedido de Mandetta acontece após novos constrangimentos envolvendo Jair Bolsonaro, que no último sábado, 10, incentivou aglomerações em Goiás_contrariando, novamente, as recomendações da pasta.
Ainda de acordo com a coluna, na última quarta-feira, 8, antes de gravar o discurso divulgado na TV, Bolsonaro rejeitou ajuda de Mandetta, que se propôs a responder dúvidas médicas. Isso porque, segundo ele, se furtaria apenas a falar do auxílio emergencial.
No entanto, Bolsonaro foi além. Defendeu a cloroquina e fez questão de elogiar o médico Roberto Kalil, que admitiu ter usado o composto em no tratamento do vírus.
Nos braços de Caiado
Em entrevista ao Fantástico no último domingo, 12, gravada no Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, o ministro atacou a instabilidade política do governo Bolsonaro. Segundo Mandetta, o brasileiro não sabe se escuta ele ou o presidente.
Em meio ao fogo cruzado, a entrevista de Mandetta pode ser entendida como afronta ao presidente por diversos ângulos.
Seja pela Globo, desafeto declarada do presidente, pelas declarações que expõem as tensões internas do governo ou, ainda, por a entrevista ter acontecido no escritório de trabalho de Ronaldo Caiado (DEM)_que no início da crise política rompeu com Bolsonaro e disse que será o primeiro a contratar Mandetta em caso ele seja demitido.