Entidade pede que Macron se posicione sobre planos de Bolsonaro

A ação foi criada pela entidade francesa A Nous la Democratie

Macron e Bolsonaro
Créditos: Reprodução / Facebook
Macron e Bolsonaro

A associação francesa A Nous la Democratie, que desenvolve iniciativas relacionadas à democracia, se juntou a alguns brasileiros para debater uma questão específica do plano de governo do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL): o meio ambiente. O objetivo da ação é pedir ao presidente do país, Emmanuel Macron, para se manifestar sobre a importância da participação do Brasil no Acordo de Paris.

“No dia 28 de Outubro, os resultados das #EleiçoesPresidenciaisBrasileiras podem arruinar o Acordo de Paris pelas mudanças climáticas @COP21. sr. @EmmanuelMacron, a necessidade ecológica é também ambiental! #MacronStandforAmazonia #aVidaNoPlanetaDependeDeSeuVoto #EleNão”, escreveu a entidade no Twitter.

“Não se trata de ser contra Bolsonaro ou a favor de Haddad, mas sim ressaltar que o futuro do planeta e o controle das mudanças climáticas dependem da adesão do Brasil no acordo e da preservação da Amazonia brasileira”, afirma a A Nous la Democratie.

A associação está em contato com outras entidades na França e deve continuar seu trabalho se Bolsonaro ganhar as eleições.

Bolsonaro e o meio ambiente

Jair Bolsonaro é uma preocupação para muitas entidades de defesa do meio ambiente. Em um encontro com empresários no mês passado, o presidenciável disse que, se eleito, poderia retirar o Brasil do Acordo de Paris por não concordar com as premissas. Segundo ele, o documento afeta a soberania nacional.

No entanto, após a repercussão negativa de sua fala entre especialistas de todo o mundo, ele declarou nesta quinta-feira, 25, que não irá retirar o país do tratado internacional. O Acordo de Paris foi assinado por 195 líderes mundiais em 2015 e prevê que países devem manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC. O Brasil se comprometeu a cortar as emissões de gases e efeitos estufa em 37% até 2025 e 43% até 2030.

Em seu programa de governo, o candidato do PSL menciona apenas uma vez o termo “meio ambiente” quando fala em unificar a questão ambiental com a agropecuária, a pesca e o desenvolvimento rural em somente um ministério. O texto também diz que há um rigor excessivo na fiscalização ambiental.

O plano cita as barreiras “quase intransponíveis” para a construção de usinas hidrelétricas. Bolsonaro já criticou o que chama de “indústria da multa” do meio ambiente, citando órgãos como o Ibama e o ICMBio.