Entregadora denuncia cliente por agressão ao recusar ir até apartamento

“Ele viu que eu era mulher e sentiu que poderia fazer isso. Se fosse homem tenho certeza que não teria feito”, disse Josimary de França, de 29 anos

28/10/2021 18:36

A entregadora Josimary de França, de 29 anos, relatou ter sido vítima de agressão por um cliente ao se recusar a subir até o apartamento dele para realizar a entrega, em um prédio no bairro Barra Funda, em Guarujá, no litoral de São Paulo. As informações foram obtidas pelo portal UOL.

Entregadora denuncia cliente por agressão ao recusar ir até apartamento
Entregadora denuncia cliente por agressão ao recusar ir até apartamento - Arquivo Pessoal

Segundo a entregadora, ela se negou a subir pois não havia local para estacionar na rua e “Todo mundo sabe que é proibido estacionar a moto na calçada”.

Josimary contou que o cliente aparentava ter por volta de 60 anos e que ao encontra-lo na portaria foi questionada por ele: “Manda ou obedece?”.
“manda quem pode, obedece quem tem juízo”, respondeu a entregadora, num tom de brincadeira.

Em seguida, o cliente a xingou falando que ali era ele quem mandava. “Eu fiquei quieta e mantive o profissionalismo, digitei o valor na maquininha, perguntei se era crédito ou débito e, quando ele devolveu o aparelho, jogou em cima de mim”, relatou Josimary.

A entregadora disse que se machucou com o impacto do objeto em seus seio e que os xingamentos não pararam após a agressão. Por isso, ela decidiu chamar a polícia. Josimary ainda contou que dois homens que estavam dentro do prédio viram tudo e não fizeram nada.

Um homem que estava na rua, ajudou a entregadora a chamar a polícia, pois ela estava muito nervosa. Após registrar a ocorrência, ela foi até uma UBS pois sua pressão ficou muito alta pelo estresse vivido.

Segundo Josimary, trabalhando há 2 anos na empresa terceirizada, ela nunca tinha vivido algo parecido. “Ele viu que eu era mulher e sentiu que poderia fazer isso. Se fosse homem tenho certeza que não teria feito”.

Entregadores se comoveram com o caso e realizaram, ontem, um protesto em frente ao prédio onde aconteceu a agressão.

Josimary ainda contou que as câmeras de segurança registraram o ocorrido, mas ela ainda não teve acesso à gravação. Ela foi novamente ao edifício identificar o agressor, pois a encomenda que ela levou estava no nome de uma outra mulher. Lá, ela foi informada pelo porteiro que o morador deixou o prédio com malas. A entregadora não sabe se esta informação é verídica, mas ela pretende levar o caso à justiça.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou, o caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia do Guarujá, e a entregadora foi orientada quanto ao prazo de seis meses para representação criminal.