Entregadora denuncia cliente por agressão ao recusar ir até apartamento
“Ele viu que eu era mulher e sentiu que poderia fazer isso. Se fosse homem tenho certeza que não teria feito”, disse Josimary de França, de 29 anos
A entregadora Josimary de França, de 29 anos, relatou ter sido vítima de agressão por um cliente ao se recusar a subir até o apartamento dele para realizar a entrega, em um prédio no bairro Barra Funda, em Guarujá, no litoral de São Paulo. As informações foram obtidas pelo portal UOL.
Segundo a entregadora, ela se negou a subir pois não havia local para estacionar na rua e “Todo mundo sabe que é proibido estacionar a moto na calçada”.
Josimary contou que o cliente aparentava ter por volta de 60 anos e que ao encontra-lo na portaria foi questionada por ele: “Manda ou obedece?”.
“manda quem pode, obedece quem tem juízo”, respondeu a entregadora, num tom de brincadeira.
Em seguida, o cliente a xingou falando que ali era ele quem mandava. “Eu fiquei quieta e mantive o profissionalismo, digitei o valor na maquininha, perguntei se era crédito ou débito e, quando ele devolveu o aparelho, jogou em cima de mim”, relatou Josimary.
A entregadora disse que se machucou com o impacto do objeto em seus seio e que os xingamentos não pararam após a agressão. Por isso, ela decidiu chamar a polícia. Josimary ainda contou que dois homens que estavam dentro do prédio viram tudo e não fizeram nada.
Um homem que estava na rua, ajudou a entregadora a chamar a polícia, pois ela estava muito nervosa. Após registrar a ocorrência, ela foi até uma UBS pois sua pressão ficou muito alta pelo estresse vivido.
Segundo Josimary, trabalhando há 2 anos na empresa terceirizada, ela nunca tinha vivido algo parecido. “Ele viu que eu era mulher e sentiu que poderia fazer isso. Se fosse homem tenho certeza que não teria feito”.
Entregadores se comoveram com o caso e realizaram, ontem, um protesto em frente ao prédio onde aconteceu a agressão.
Josimary ainda contou que as câmeras de segurança registraram o ocorrido, mas ela ainda não teve acesso à gravação. Ela foi novamente ao edifício identificar o agressor, pois a encomenda que ela levou estava no nome de uma outra mulher. Lá, ela foi informada pelo porteiro que o morador deixou o prédio com malas. A entregadora não sabe se esta informação é verídica, mas ela pretende levar o caso à justiça.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou, o caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia do Guarujá, e a entregadora foi orientada quanto ao prazo de seis meses para representação criminal.