Desmistificamos 7 erros sobre o Dia do Trabalho (a começar pelo nome)

É importante aproveitar a data para derrubar alguns equívocos e falsidades que envolvem essa efeméride

Brasileiro é o único gentílico de um país no mundo que é também uma profissão. O sufixo “eiro” é usado normalmente para designar um trabalhador, como padeiro, açougueiro e seringueiro. A origem dessa palavra vem do ofício de quem cruzava o oceano para a extração de pau-brasil. Talvez por isso mesmo, ninguém mereça mais comemorar o 1º de Maio do que nós, brasileiros.

Selecionamos alguns mitos para serem derrubados no Dia do Trabalhador. Acompanhe!

Desmistificamos 7 mal-entendidos sobre o Dia do Trabalho (a começar pelo nome)
Créditos: Ronê Ferreira/Pexels
Desmistificamos 7 mal-entendidos sobre o Dia do Trabalho (a começar pelo nome)

Jogo dos 7 erros sobre o Dia do Trabalho

1. Qual nome é correto?

Uma dos equívocos que envolvem essa data começa pelo próprio nome. Originalmente, celebrava-se o Dia do Trabalhador, ou Dia Internacional do Trabalhador, mas, no Brasil, houve uma sutil distinção: Dia do Trabalho.

Claro que é mais fácil lidar com um ato, um substantivo sem face ou uma abstração a ter que homenagear a classe trabalhadora… era coisa insurgente demais para a garganta de alguns.

Quase a totalidade do mundo comemora o Dia do Trabalhador com o nome original.

2. Poucas horas de trabalho

Um dos grandes mitos é que o brasileiro trabalha pouco quando comparado a um profissional equivalente de outro país, principalmente de nações com a economia mais forte que a do Brasil, como a França. O país europeu, porém, tem uma carga horária de trabalho menor do que a nossa (35 horas semanais contra 44).

3. Muita diversão

Na mesma seara, que propaga a ideia de que o brasileiro trabalha pouco, existe a imagem da abundância de feriados no país. Se avaliarmos as pausas em outros países, percebemos que isso está longe de ser verdadeiro.

O calendário anual pode variar quando a celebração cai no fim de semana, por exemplo, mas a Índia, a Coreia do Sul e o Japão possuem mais feriados do que o Brasil e têm um PIB melhor.

É importante aproveitar a data para derrubar alguns equívocos e falsidades que envolvem essa efeméride
Créditos: Ronê Ferreira/Pexels
É importante aproveitar a data para derrubar alguns equívocos e falsidades que envolvem essa efeméride

4. 100% de eficiência?

Há um apelo recorrente para que colaboradores deem 100% de seu empenho, inclusive estimulados por competições de “funcionário de mês” ou gratificações financeiras.

De acordo com Robert Handler, analista da Gartner, uma empresa norte-americana de consultoria, o trabalhador deve atuar entre 70% e 80% da sua capacidade. Exigir mais do que isso diminui a produtividade e aumenta o gasto de recursos das empresas.

5. Invenção de país comunista

A origem do dia não é russa, cubana ou chinesa. A efeméride relembra uma greve iniciada em Chicago, nos EUA, em 1886.

A principal reivindicação da classe operária era a redução da jornada de trabalho, de 17 para 8 horas diárias. Uma intervenção policial desastrada deixou muitos feridos e marcou a manifestação.

6. Home office prejudica a produção

Devido à pandemia da covid-19, o home office aumentou em todo o mundo. Muitas empresas temiam que o teletrabalho fosse diminuir a produtividade. Afinal, qual era a garantia de que o funcionário não largaria tudo para maratonar aquela série na Netflix?

Um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral, em parceria com a Grant Thornton e a Emlyon Business School, mostrou que home office, ao contrário da expectativa inicial, aumentou a percepção de produtividade dos colaboradores.

Em 2020,  44% afirmaram ser mais produtivos ou significativamente mais produtivos em trabalho remoto. Um ano depois, atingiu a marca de 58%.

Na Europa, uma pesquisa feita pela Capgemini, multinacional francesa que fornece serviços de consultoria e tecnologia, revelou que 63% das empresas relataram um aumento na produtividade e 88% indicaram a diminuição de despesas por causa do home office.

7. A demonização da CLT

Reforma trabalhista completou 4 anos e não gerou empregos, mas potencializou a precarização
Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Reforma trabalhista completou 4 anos e não gerou empregos, mas potencializou a precarização

Não é de hoje que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é vista por uma parcela da população brasileira como um entrave ao desenvolvimento econômico.

Em 2017, o governo do então presidente Michel Temer afirmou que a nova lei trabalhista geraria mais de 6 milhões de empregos, sendo 2 milhões de vagas entre 2018 e 2019.

Mais de 100 itens da CLT alterados e a flexibilização de direitos dos trabalhadores não foram eficientes o suficiente para a economia. Ainda se espera a diminuição do desemprego e a melhora para o país. Quem sabe na próxima vez…