Escolas sírias criam hortas e alimentam crianças em meio à guerra
No projeto, os alunos têm acesso a ingredientes saudáveis, como berinjela, couve, tomate, alface e pepino
A fome e a insegurança alimentar são agravadas em países como a Síria, onde a guerra se estende desde 2011, sendo que as crianças são as mais vulneráveis à desnutrição. Foi pensando nisso que escolas sírias adotaram, em seus espaços de recreação, hortas para os alunos aprenderem a plantar e colher alimentos.
O objetivo principal da iniciativa é garantir um local saudável de aprendizagem, em que os problemas do país podem ser esquecidos ao menos por algumas horas. Na ação, as crianças têm acesso a ingredientes saudáveis, como berinjela, couve, tomate, alface e pepino.
De acordo com Adam Yao, representante da FAO, órgão da ONU responsável por Alimentação e Agricultura, esse processo ensina aos alunos e pais a importância de cultivar. “A boa nutrição é a primeira defesa das crianças contra doenças e é importante para garantir saúde em suas vidas”, afirma.
O programa recebe apoio da União Europeia, que oferece US$ 6,5 milhões para garantir a segurança alimentar na Síria. Já as Nações Unidas disponibilizam suporte logístico para 17 instituições de ensino primários, que cultivam frutas e vegetais em seus jardins, com mais de 300 professores treinados.
Hoje, mais de 3.400 alunos estão sendo beneficiados e a ideia é expandir para outras 35 escolas da área rural de Aleppo e Damasco. Desde maio, o projeto já produziu no total 12 toneladas de frutas e vegetais.
Insegurança alimentar
O preço dos alimentos na Síria aumentou desde o início da guerra, pois a produção agrícola caiu e o país agora precisa importar comidas para compensar o déficit. O transporte dos itens também tornou-se mais difícil.
Hoje, cerca de 13,5 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária. Deste número, 7 milhões não têm acesso às necessidades alimentares básicas.
Embora 5 milhões de pessoas recebam ajuda alimentar internacional, nem todos que precisam podem ser alcançados. Além disso, o Programa Alimentar Mundial teve que cortar a quantidade de comida em suas cestas distribuídas às famílias por causa da escassez de financiamentos.
As famílias mais vulneráveis estão recebendo ajuda da FAO para cultivar alimentos em casa, para que eles possam se tornar menos dependentes da ajuda alimentar.
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