‘Escolha triste do Brasil’, diz New York Times sobre Bolsonaro
O jornal norte-americano define o candidato do PSL como um político de direita que tem 'pontos de vista repulsivos'
Para o jornal norte-americano The New York Times, a possível eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente é uma “escolha triste do Brasil”. A declaração do veículo foi publicada em um editorial sobre a política brasileira neste domingo, 21.
De acordo com o texto, escrito pelo conselho editorial do NYT, “é um dia triste para a democracia quando a desordem e a decepção levam eleitores à distração e abrem a porta para populistas ofensivos, rudes e agressivos”. A publicação define Bolsonaro como um político de direita que tem “pontos de vista repulsivos”.
“Ele disse que se tivesse um filho homossexual, preferiria que ele morresse; que uma colega na Câmara era muito feia para ser estuprada; que os negros são preguiçosos e gordos; e que o aquecimento global equivale a ‘fábulas de estufa’. Ele sente saudades dos generais e torturadores que governaram o Brasil por 20 anos”, afirma o veículo.
- New York Times coloca Brasília na lista de destinos para visitar
- Carlos Bolsonaro engravidou ex-secretária de ministério, diz colunista
- Jornalista entra ao vivo para corrigir informação do JN sobre Bolsonaro
- Renan Bolsonaro diz que Gabriel do BBB 23 parou de segui-lo: ‘se vendeu’
Segundo o New York Times, o crescimento do candidato do PSL faz parte de um movimento “assustadoramente comum” entre as democracias no mundo.
“Cristão evangélico, ele prega uma mistura de conservadorismo social e liberalismo econômico, embora confesse ter apenas uma compreensão superficial da economia. Soa familiar? Ele é o político mais recente de uma longa lista de populistas que enfrentaram uma onda de descontentamento, frustração e desespero para o mais alto cargo em cada um de seus países. Não surpreendentemente, ele é frequentemente descrito como um brasileiro Donald Trump”, diz o texto.
O editorial faz um panorama da política no Brasil, citando a recessão econômica, a Operação Lava Jato, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), as denúncias contra o presidente Michel Temer (MDB) e os crimes violentos.
“Com este pano de fundo, os pontos de vista nojentos de Bolsonaro são interpretados como sinceridade, sua obscura carreira como parlamentar como a promessa de um forasteiro” que vai limpar a corrupção e “sua promessa de um punho de ferro como a esperança de um alívio” dos altos índices de homicídios, detalha o jornal.
O texto ainda ressalta que, se Bolsonaro for eleito, um de seus perdedores será o meio ambiente, “especificamente, as florestas tropicais da Amazônia”.