‘Escolheria outras pessoas pra trabalhar comigo’, declara Mourão

“Talvez, pela minha personalidade, eu escolheria outras pessoas pra trabalhar comigo, só isso”, disse o vice-presidente

07/04/2019 17:24

Durante uma conferência em Cambridge (EUA) neste domingo (7), o vice-presidente Hamilton Mourão disse que se fosse presidente da República, “escolheria outras pessoas” para trabalhar no governo: “Talvez, pela minha personalidade, eu escolheria outras pessoas pra trabalhar comigo, só isso”.

A declaração ocorreu no Brazil Conference, evento promovido por alunos da universidade Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), após ser questionado sobre o que teria feito diferente de Jair Bolsonaro nos primeiros 100 dias de gestão.

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao lado do vice Hamilton Mourão
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao lado do vice Hamilton Mourão - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Já sobre as medidas tomadas por Bolsonaro no governo, Mourão disse que concorda com tudo. “Eu vou dizer uma coisa pra vocês: isso é do coração. A minha parceria com o presidente Bolsonaro é total. A gente discute, a gente debate as ideias, mas quando ele toma a decisão, eu estou com a decisão dele 100%. Como é aquela música presidente: ‘faria tudo outra vez’. Eu faria tudo outra vez” , disse ele.

Ainda no dia, o vice-presidente foi aplaudido de pé ao responder o aluno de PHD em Ciência Política da Harvard Fernando Bizarro: “As Forças Armadas parecem estar fortemente vinculadas a esse governo, porque que as coisas seriam diferente desta vez? O senhor não teme que o fato de as Forças Armadas serem uma instituição permanente o Estado com um governo temporário poder corroer a legitimidade das Forças? Porque a lição que o general Geisel aprendeu não se aplica ao senhor?”, questionou Bizarro.

A pergunta do estudante fez referência ao general Ernesto Geisel, presidente do Brasil de 1974 a 1979, responsável pela transição de poder do regime militar ao civis.

Mourão respondeu: “Vamos olhar o seguinte: o general Geisel não foi eleito. Eu fui”. Neste momento, o vice foi ovacionado, exceto por uma pessoa que gritou “ditadura nunca mais” e foi retirada do local rapidamente.