‘Estou no caminho da cadeira elétrica’, diz Gabriel Monteiro ao ser cassado
"Tirar meu mandato, senhores, é decretar, para mim, para a minha honra, para a minha moral, a minha morte", disse Monteiro, antes da votação
Acusado de assédio moral e sexual, estupro, além de abuso de menor, o agora ex-vereador do Rio de Janeiro, Gabriel Monteiro (PL) tentou se fazer de vítima durante a votação que caçou seu mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e afirmou estar “no caminho da cadeira elétrica”.
Acusado de expor crianças vulneráveis em vídeos postados em suas redes sociais e de filmar relação sexual com uma jovem de 15 anos, Gabriel Monteiro teve seu mandato cassado com 48 votos a favor e dois contra — o dele mesmo e o de Chagas Bola (União Brasil). O único ausente foi Carlos Bolsonaro (Republicanos), que está de licença.
“Tirar meu mandato, senhores, é decretar, para mim, para a minha honra, para a minha moral, a minha morte”, disse Monteiro, antes da votação.
- América Central: 5 países para incluir na sua próxima viagem
- Férias com crianças a 40 minutos de São Paulo
- Já ouviu falar de transplante de sobrancelha? Veja curiosidades sobre o procedimento
- Como reconhecer a deficiência de vitamina K e seus efeitos no corpo?
“Estou no caminho da cadeira elétrica, do apedrejamento, de poder ficar impedido de fiscalizar, de trabalhar, de engrandecer o Legislativo por dez anos. De perder 60 mil votos, aproximadamente, com um pouco mais de um ano de mandato. Eu não tenho um coração ruim, eu tento fazer o bem”, afirmou Gabriel momentos antes de ter seu mandato cassado.
Com mais de seis milhões de seguidores em seus canais na internet, Monteiro deixou a Polícia Militar para assumir a vaga no Legislativo ao ser o vereador mais votado do Rio de Janeiro, em 2020, pelo PSD.
O vereador Chico Alencar (PSOL), autor do relatório que pediu a cassação de Monteiro afirmou na sessão que qualquer abuso contra crianças e mulheres é inaceitável. “Quem é ético não mata, não estupra, não ofende. Ele (Monteiro) tem o dever de agir com conduta dentro e fora do parlamento, com moralidade, ética — disse. — Ele acumula muitas ações judiciais. Não é normal alguém ter tantas denúncias na vida pública, de assédio moral, estupro. Estamos diante de uma decisão grave e importante. E diz o que queremos ser como casa legislativa. Mais importante do que vestir um terno é ter caráter”.
O processo que cassou Gabriel Monteiro ainda analisou um vídeo em que o vereador aparece acariciando e beijando o pescoço de uma menina de 10 anos enquanto ela tem o cabelo lavado num salão de beleza. O caso de um segurança do então vereador que aparece agredindo um morador de rua, que teria sido “contratado” para simular ser assaltante também foi analisado, além das denúncias de assédio por ex-funcionários do gabinete do parlamentar.
Uma das provas mais contundentes foi a gravação da relação sexual que ele manteve com uma adolescente de 15 anos, o que é crime. Monteiro negou saber a idade da jovem, mas testemunhas confrontaram essa versão com outros relatos.
A Polícia Civil apura investiga denúncias de estupro contra o político, mas esses casos não foram abordados no processo legislativo que cassou o mandato de Gabriel Monteiro.
Apesar de cassado, Gabriel é candidato a deputado federal. A sua ida ao pleito foi homologada por seu partido, o PL, o mesmo de Bolsonaro e do governador do Rio, Claudio Castro. No momento a Justiça Eleitoral analisa se impugna a candidatura.