Estupro em metrô causa discussão sobre o uso correto do celular, diz polícia
"Ele poderia ter sido interrompido mais cedo se um passageiro ligasse para o 911", disse o porta-voz da Autoridade de Transporte do Sudeste da Pensilvânia
A polícia alega que o estupro de uma mulher em um metrô da cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, poderia ter sido evitado se outros passageiros que gravavam o “horrendo ato criminoso” os utilizassem para ligar para o número de emergência 911.
A mulher foi estuprada por volta das 21 horas do dia 13 de outubro em um trem operado pela Autoridade de Transporte do Sudeste da Pensilvânia (Septa), que faz a operação de transporte público dentro e nos arredores da Filadélfia.
“Havia outras pessoas no trem que testemunharam esse ato horrível, e ele poderia ter sido interrompido mais cedo se um passageiro ligasse para o 911”, disse o porta-voz do SEPTA, John Golden, em um comunicado enviado por e-mail à agência Reuters.
- 43 filmes e séries chegam na Netflix em junho; confira!
- Menina de 27 dias morre após ser estuprada; Pai foi preso no enterro
- Turista brasileira denuncia ter sido estuprada em jardins da Torre Eiffel
- Homem é preso suspeito de estuprar filhas e enviar mensagens com teor sexual
A Septa e o Departamento de Polícia de Upper Darby, que está a frente da investigação do caso, não confirmaram outros detalhes do incidente relatados pela imprensa local.
O vídeo de vigilância do vagão mostrou que a mulher tentou afastar o agressor, empurrando-o prontamente enquanto ele começou a apalpa-la e, por fim, a agredi-la sexualmente.
Durante o incidente de mais de 45 minutos, outros passageiros gravavam de seus celulares, no entanto, ninguém interviu.
Uma pessoa finalmente teve a ideia de ligar para 911. Foi a chamada de um funcionário da Septa fora do horário de trabalho que rapidamente trouxe os agentes à cena do crime, permitindo que cessassem o ataque e prendessem o agressor.
Fiston Ngoy, de 35 anos, é acusado de estupro, desvio involuntário de relações sexuais, agressão sexual e outros crimes. Ngoy, que colocou seu endereço mais recente como um abrigo para sem-teto na Filadélfia, foi preso sob fiança de US$ 18 mil (cerca de R$ 100 mil) e tem uma audiência marcada para 25 de outubro.
O ataque aconteceu após a mulher tomar algumas cervejas depois do trabalho e por engano, entrou no trem errado às 21h15. Alguns minutos depois, Ngoy entrou no trem, sentou-se ao lado da vítima e começou a tentar tocá-la. O incidente se configurou como estupro às 21h52.
Como agir em caso de estupro
Se você for vítima de estupro ou estiver auxiliando uma pessoa que tenha sido estuprada, os passos a serem seguidos são um pouco diferentes das dicas gerais fornecidas anteriormente.
É importante lembrar que o crime de estupro é qualquer conduta, com emprego de violência ou grave ameaça, que atente contra a dignidade e a liberdade sexual de alguém. O elemento mais importante para caracterizar esse crime é a ausência de consentimento da vítima. Portanto, forçar a vítima a praticar atos sexuais, mesmo que sem penetração, é estupro (ex: forçar sexo oral ou masturbação sem consentimento).
Uma pessoa que tenha passado por esta situação normalmente encontra-se bastante fragilizada, contudo, há casos em que a vítima só se apercebe do ocorrido algum tempo depois. Em ambos os casos, é muito importante que a vítima tenha apoio de alguém quando for denunciar o ocorrido às autoridades, pois relatar os fatos costuma ser um momento doloroso. Infelizmente, apesar da fragilidade da vítima é importante que ocorra a denúncia para que as autoridades possam tomar conhecimento do ocorrido e agir para a responsabilização do agressor.
Antes da reforma do Código Penal em setembro de 2018, alguns casos de estupro só podiam ser denunciados pela própria vítima. Isso mudou, o que significa que se outra pessoa denunciar um estupro e tiver provas, o Ministério Público poderá processar o caso mesmo que o denunciante não tenha sido a própria vítima.