EUA ordenam fechamento do consulado da China em Houston
Justificativa foi proteger a propriedade intelectual e as informações privadas dos americanos; Chineses prometem reagir
“Houston, temos um problema.” Essa foi uma frase famosa de um astronauta em 1970. Voltando à Terra, agora podemos dizer: “Houston, temos outro problema”. E ele é bem sério: nesta quarta (22), os Estados Unidos determinaram o fechamento do consulado da China em Houston, no Texas. E botaram mais fogo no clima de tensão entre os dois países.
Literalmente inclusive, porque os bombeiros tiveram até que correr ao consulado por conta de uma denúncia de incêndio. Na verdade, o que acontecia era que pessoas estavam queimando papéis em latas de lixo.
Um foguinho brando esse que mobilizou os bombeiros. O fogaréu, mesmo, está na relação entre EUA e China. E nas ações e trocas de acusações.
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O Departamento de Estado americano não foi explícito em atribuir o fechamento do consulado da China em Houston à denúncia, na terça (21), de uma ação de hackers chineses. Mas, nas entrelinhas, é muito provável que uma coisa esteja relacionada à outra.
Esses hackers são suspeitos de roubar informações de projetos americanos de vacinas para a covid-19. E, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, eles trabalhariam para o ministério da Segurança de Estado da China. E também foram acusados de violar a propriedade intelectual de empresas não só nos Estados Unidos, mas em outros países também.
Sobre o fechamento do consulado chinês, a justificativa foi proteger “a propriedade intelectual e as informações privadas dos americanos”.
Retaliações ao fechamento do consulado da China em Houston
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Morgan Ortagus, afirmou que “os Estados Unidos não tolerarão as violações da República Popular da China à nossa soberania e a intimidação do nosso povo, assim como não toleramos as práticas comerciais desleais, o roubo de empregos americanos e outros comportamentos”.
A reação da China à determinação do fechamento do consulado já foi quente. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, foi taxativo na condenação à medida, chamando-a de “escalada sem precedentes”.
E ameaçou: vai ter retaliação se os EUA não voltarem atrás em sua decisão.
Um desses contragolpes seria o fechamento da representação diplomática americana em Wuhan.
Houston, temos mesmo um problema. E ele é grande de fato.
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