Ex-BBB, Felipe Prior é acusado de estupro por duas mulheres
Alerta de gatilho: os relatos são fortes. Há detalhes de estupro e violência sexual
Felipe Prior, ex-participante da atual temporada de Big Brother Brasil (BBB20), da Globo, está sendo acusado de estupro por duas mulheres, e uma terceira alega ter sido vítima de uma tentativa de abuso sexual.
As três situações aconteceram na época em que o paulista era aluno do curso de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo (SP).
As investigações começaram no fim de janeiro, quando o acusado ainda estava confinado no programa da Globo, a partir do relato da primeira vítima. “[…] Conforme tivemos informações sobre a existência de outras, percebemos que, para que os fatos fossem relatados com a devida profundidade e complexidade, teríamos que fazer uma investigação defensiva abrangente. E assim chegamos à segunda e à terceira vítimas e às demais testemunhas. Tivemos inclusive notícia de pelo menos uma outra, que acabou preferindo não depor”, disse a criminalista Maira Pinheiro, advogada das três mulheres, à revista Marie Claire.
- Já ouviu falar de transplante de sobrancelha? Veja curiosidades sobre o procedimento
- Como reconhecer a deficiência de vitamina K e seus efeitos no corpo?
- Atletas de final de semana: 5 principais fatores que podem levar à artrose do joelho
- Carnes processadas elevam risco de hipertensão, mostra estudo brasileiro
A advogada entrou com um pedido de medidas cautelares para que Felipe fosse proibido de manter contato com as vítimas e testemunhas por qualquer meio de comunicação, inclusive por meio de terceiros e internet. A solicitação foi acolhida pela Promotoria de Justiça do Estado de São Paulo e aguarda julgamento.
As vítimas fizeram relatos detalhados e chocantes sobre como os episódios aconteceram e a publicação teve acesso aos documentos.
(*) ALERTA DE GATILHO: os relatos são fortes. Há detalhes de estupro e violência sexual.
Uma delas contou que pegou uma carona com o ex-brother na volta de uma festa, quando Prior parou o carro e a arrastou para o banco de trás. Apesar de ter dito diversas vezes que não queria nada com ele, Felipe tirou a roupa da vítima e abriu a própria calça, deixando seu pênis para fora.
Por estar alterada, devido ao consumo de bebida alcoólica, a moça não conseguiu usar a força para se defender e Prior começou a estuprá-la. Segundo a revista, Felipe disse para a vítima, aos gritos: “Para de ser fresca, no fundo você quer, não é hora de se fazer de difícil”.
A garota, que teve sua identidade preservada, contou que a violência causou uma laceração em seu lábio vaginal esquerdo, fazendo com que o carro, ela e o estuprador ficassem ensanguentados. Depois, após pedir ajuda médica, ela precisou levar pontos na vagina.
Já o outro caso aconteceu durante os jogos InterFAU de 2016, em Biritiba Mirim. Felipe Prior teria tentado estuprar outra mulher, hoje com 24 anos, dentro de sua barraca no camping dos jogos universitários. Porém, quando viu que não tinha camisinha, a vítima disse não e foi atacada por ele. Contudo, ela conseguiu fugir a tempo.
Já nos mesmos jogos em 2018, no município de Itapetininga, Felipe teria cometido outro estupro. E os detalhes do relato se repetem: a vítima estava embriagada, foi convidada por ele para entrar na barraca, onde iniciaram relações com consentimento. Mas Prior passou a agir de maneira agressiva e a vítima disse que queria que parar, mas ele não respeitou. De acordo com o documento, Felipe desferiu tapas no rosto e por todo o corpo da vítima, mesmo depois que dela dizer que estava sentindo dor e tenha tentado parar.
Duas testemunhas, que estavam na barraca ao lado, escutaram a vítima chorar e pedir que Prior parasse.
Ainda de acordo com a publicação, a assessoria de imprensa de Felipe Prior negou os estupros, mas o arquiteto não quis se manifestar. Leia a matéria completa aqui.
Assim que a notícia veio à tona, os internautas subiram a hashtag #PriorEstuprador no Twitter, que está no topo dos Trending Topics do microblog nesta sexta-feira, 3.
O QUE FAZER EM CASO DE ESTUPRO?
- Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
- Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
- Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
- O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
- Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.
- Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido contra ela. A culpa jamais será da vítima e pressão de amigos e familiares indagando sobre a roupa, comportamento, postura, circunstâncias corroboram para os altos índices de suicídio entre vítimas de estupro.