Ex-repórter da Globo relaciona demissão a racismo
Desligamento de Adalberto Neto do grupo tem dado o que falar nas redes sociais
Adalberto Neto foi demitido do grupo Globo e seu desligamento da emissora causou repercussão instantânea nas redes sociais. Isso porque o afastamento do jornalista de suas funções aconteceu após imagens gravadas por ele mostrando parte da equipe de plantão comemorando a conquista da Libertadores pelo Flamengo viralizarem. Agora, o profissional sugeriu que sua demissão possa ter sido causada por racismo.
Por meio de seu Instagram, Adalberto escreveu uma carta alegando que não sabe, de fato, se sua demissão teve algo a ver com os vídeos publicados.
“Realmente, não foi informado o motivo da minha demissão. Meu editor apenas disse que foi um pedido da direção pelo ‘conjunto da obra’, mas ele não soube responder – ou não podia – me informar a respeito”, iniciou.
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Além disso, Neto acha muito curioso que só ele tenha sido desligado da empresa, sem advertência prévia, e apontou a questão racial – por ser negro – como razão para demissão: “Para quem tem o mínimo de letramento racial, é impossível não racializar essa minha demissão”, completou ele, dizendo que apesar disso não culpa a empresa: “A culpa não é nossa. Vem lá de trás. Da colonização”.
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“Um país, uma empresa […] são feitos por pessoas. E se as pessoas não conseguem ter um olhar amplo sobre tudo, suas ações, de modo geral, nunca vão ser eficientes e, em alguns casos, bastante injustas, carregadas de conceitos e preconceitos, que nem pensamos na hora, porque fazem parte da estrutura sobre a qual a nossa sociedade se formou. É automático também”, disse.
Adalberto ainda deixou claro que seu pronunciamento não tem o intuito de difamar o jornal ou alguém em específico.
De acordo com o colunista Léo Dias, a assessoria de imprensa do jornal O Globo informou que não comentará o desligamento do repórter.
Racismo: saiba como denunciar
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No Brasil, há uma diferença quando o racismo é direcionado a uma pessoa e quando é contra um grupo.
Veja as informações completas abaixo: