Exército admite infiltrado em grupo de manifestantes contra Temer
Num domingo do dia 4 de setembro, pouco antes de um ato contra o presidente Michel Temer na avenida Paulista, em São Paulo, 26 jovens foram presos arbitrariamente pela Polícia Militar, sendo 8 deles menores de idade.
Durante esta operação, suspeitou-se na época de que havia alguém da polícia infiltrado entre o grupo de manifestantes que, mesmo não portando nada que evidenciasse algum tipo de suspeita, foram todos detidos sem muitas explicações.
Houve até quem comparou o caso ao período da ditadura militar, inclusive, pela suspeita de que o governo estaria colocando infiltrados entre os grupos que fossem contra eles, inviabilizando e oprimindo a liberdade de expressão. Porém, este fato foi negado pela polícia e também pelo governo.
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Mas o que parecia ser apenas uma suspeita infundada, agora, foi confirmado pelo próprio Exército segundo esta matéria do UOL. A reportagem ainda diz que o capitão do Exército, Willian Pina Botelho, teria se infiltrado entre os manifestantes e usava o nome de Balta Nunes nas redes sociais.
Questionado quanto a legalidade da ação, o comandante-geral do Exército, general Eduardo da Costa Villas Boas, disse que “Nós estamos muito tranquilos porque estamos absolutamente respaldados pela legislação e por medidas que haviam sido adotadas. Havia a situação dos Jogos Olímpicos, havia uma situação de segurança do presidente, estava tudo dentro deste contexto. Nós estamos tranquilos, cumprindo a nossa missão, é lógico essas investigações vão chegar a termo, mas enfim não temos preocupação.”
Pra quem não se lembra, todos os jovens ficaram detidos no DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) por mais de 10 horas e os familiares e até mesmo um advogado foram impedidos de vê-los, ato que descumpre a constituição brasileira, que garante o livre acesso dos defensores. Relembre aqui nesta matéria e assista dois vídeos sobre o caso.
Foram aprendidos os seguintes objetos com o grupo de jovens: um estilingue, um cabo de televisão, vinagre (usado para diminuir a irritação causada pelas bombas de efeito moral da PM), um extintor de incêndio, celulares, um chaveiro do Pateta, um gorro, uma câmera GoPro, máscaras de gás, um maço de cigarros, uma caneta esferográfica, um boné, um panfleto de “FORA TEMER” e um kit de primeiros socorros estão entre os materiais apreendidos.
Ainda questionado sobre o motivo do Exército ter participado deste tipo de ação, o general Eduardo da Costa Villas Boas admitiu que “Houve uma absoluta interação com o governo do Estado. As pessoas precisam entender o Exército tem sido demandado para o cumprimento de várias missões fora da nossa esfera de responsabilidade primordial, vamos dizer assim”.