Fake news: como podemos combatê-las nas eleições?

As fake news se tornaram uma das ferramentas de influência política mais utilizadas nas guerras informativas ao redor do mundo. Mas como usá-las?

Human hand hold mobile phone with chatbot mobile on orange background.Vector illustration Chatbots AI artificial intelligence technology concept.
Créditos: Getty Images/iStockphoto
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As eleições de 2018 estão sobrecarregadas com as mais distintas expectativas. Para analistas e formuladores de políticas públicas, uma das maiores preocupações em relação às campanhas eleitorais está relacionada à elaboração de possíveis estratégias para combater as fake news nas eleições.

O Brasil fornece o cenário perfeito para que a guerra informativa tome conta do debate político. Não apenas pela forte polarização ideológica, mas também pela ampla utilização de redes sociais pelos brasileiros com acesso à internet. As redes sociais se tornaram um terreno fértil para fomentar a polarização dos discursos por meio do impulsionamento de notícias falsas e da utilização de algoritmos.

Estes, por sua vez, nos dão a sensação de viver em uma “bolha”, em que todos os nossos contatos pensam de forma parecida com a nossa. Sendo assim, o que se pode fazer para combater as fake news nas eleições?

Fake news e a guerra informativa no mundo 

As fake news se tornaram uma das ferramentas de influência política mais utilizadas nas guerras informativas ao redor do mundo. Dentre os exemplos mais conhecidos de influência das fake news nas eleções, estão as que levaram Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e o plebiscito sobre o Brexit, que levou o Reino Unido à saída da União Europeia.

Em 2017, o Facebook admitiu que a empresa Internet Research Agency – conhecida por usar contas falsas para publicar comentários favoráveis ao governo Putin em redes sociais – comprou mais de US$ 100 mil em anúncios políticos na plataforma durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Durante as investigações, executivos de empresas como Google e Facebook, se comprometeram a divulgar quem paga por anúncios nas plataformas. O caso diz respeito à acusação, do Departamento de Justiça dos EUA, de 13 russos e 3 empresas russas de se passarem por cidadãos estadunidenses em redes sociais para apoiar a campanha de Donald Trump. Além disso, prejudicaram a campanha de Hillary Clinton, por meio de ações como a compra de anúncios políticos em nome de pessoas e entidades dos Estados Unidos, o envio de comunicados à imprensa estadunidense sobre manifestações pró-Trump e o recrutamento pago de manifestantes e eleitores.

Em 2018, a Alemanha se tornou um dos primeiros países com legislação para combater discursos de ódio e fake news. A França está considerando fazer o mesmo. Segundo a lei, as redes sociais possuem 24h após o recebimento de uma queixa para excluir estes conteúdos. O prazo se estende para sete dias quando o caso for mais complexo. Além disso, as empresas são obrigadas a produzir um relatório anual sobre as postagens excluídas e seus motivos. As críticas à nova legislação alemã estão ligadas à opção do governo alemão em deixar para as empresas – em vez de tramitações judiciais – a tarefa de barrar usuários e excluir conteúdos. Este ponto dificultaria a exposição dos motivos pelos quais postagens individuais foram excluídas. Além de abrir espaço para que postagens sejam excluídas de forma arbitrária e sem que as autoridades fiquem sabendo.

No Brasil, o Marco Civil da Internet determina que as redes sociais (e outros provedores de serviços) não são responsáveis pelos os conteúdos publicados nestas plataformas. Segundo ele, cabe à rede social remover ou não conteúdos (caso não estejam nos termos de uso, por exemplo).

Conteúdo publicado originalmente no Politize!.

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