Famílias brasileiras acolhem refugiados para ver jogos da Copa
"Sou grato pela recepção calorosa na casa dos brasileiros", afirma o angolano Blaise Mulato
Os primeiros dois jogos do Brasil na Copa do Mundo da Rússia representaram uma verdadeira troca de culturas em algumas casas pela cidade de São Paulo. Refugiados sírios, congoleses, angolanos, venezuelanos, haitianos e egípcios foram convidados por famílias brasileiras para assistir ao jogo e compartilhar emoções lado a lado.
A ideia do projeto Meu Amigo Refugiado é realizar encontros entre brasileiros e refugiados em todos os jogos do Brasil na Copa. Veja aqui como se inscrever como anfitrião e participar da ação nas próximas partidas.
Blaise Mulato, da Angola, foi um dos convidados de uma família brasileira no primeiro jogo, contra a Suíça. “Desde os meus 9 anos, sempre gostei de jogar futebol e também de assistir jogos do Brasil. Na época, ele era considerado o gigante de todas as Copas“, conta à Catraca Livre.
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“Estou torcendo pelo Brasil, claro! Porém, não deixo de torcer também pelas equipes africanas que estão na disputa”, afirma Blaise. Para ele, foi uma experiência muito boa ser acolhido por torcedores brasileiros. “Pude ver o clima de vibração e também de ansiedade durante o jogo. Valeu a pena! Foi algo que nunca tinha presenciado de perto”, diz o angolano. “Sou grato pela recepção calorosa na casa da família brasileira.”
Já a venezuelana Yilmary de Perdomo contra que ela, o marido e os filhos sempre assistiam aos jogos da Copa na Venezuela, mas aqui a sensação é diferente. “Nós estamos muito emocionados em viver essa alegria de torcer pelo Brasil. Agora entendemos o que é ter um time, uma torcida.”
“Assistir ao jogo com uma família brasileira foi uma experiência incrível. Essa emoção brasileira é única. E a gente compartilhou não apenas a emoção do futebol, mas também a cultura do nosso país”, finaliza Yilmary.
Confira mais fotos do encontro de famílias brasileiras e refugiados:
O projeto
Em 2017, mais de 33 mil pessoas haviam pedido refúgio no Brasil, mas apenas 10 mil já têm o registro dado pelas autoridades brasileiras. Esses números vêm crescendo ano a ano por causa das crises na Síria, Venezuela, República Democrática do Congo, entre outros países.
O projeto Meu Amigo Refugiado quer aproximar pessoas, conectando famílias de refugiados e brasileiros em datas especiais dentro de suas casas. É um jeito de ajudar os novos brasileiros a criarem vínculos com famílias locais, conhecendo mais sobre a nossa cultura ao mesmo tempo em que compartilham suas histórias de vida e a cultura de seus países de origem.
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