Flávio Bolsonaro muda estratégia e agora quer depor sobre rachadinha

A mudança na estratégia ocorre após a saída do advogado Frederick Wassef do caso e a prisão de Queiroz

24/06/2020 11:36 / Atualizado em 26/06/2020 17:51

Após troca de advogados, Flávio Bolsonaro muda estratégia e agora quer depor
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) mudou de estratégia e agora que ser ouvido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) no inquérito que apuram esquema de “rachadinha” na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). A informação é do UOL.

O pedido foi feito ontem pelos novos advogados de defesa do parlamentar, Luciana Pires e Rodrigo Roca, que assumiram o caso após a saída de Frederick Wassef.

A mudança na estratégia ocorre após a saída do advogado Frederick Wassef do caso e a prisão de Queiroz
A mudança na estratégia ocorre após a saída do advogado Frederick Wassef do caso e a prisão de Queiroz - Reprodução/Instagram/@flaviobolsonaro

A iniciativa indica uma mudança na estratégia adotada pela defesa de Flávio Bolsonaro. Até então, o senador se negava a depor. Ele também apresentou uma série de recursos questionando a investigação e pedindo o arquivamento do caso.

“Rachadinha”

O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o possível esquema de rachadinha – quando servidores devolvem parte do salário para o parlamentar – no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do estado, desde 2018.

O órgão já disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.

Flávio Bolsonaro e Fravício Queiroz são investigados no caso da rachadinha
Flávio Bolsonaro e Fravício Queiroz são investigados no caso da rachadinha - Reprodução/Twitter

Na semana passada, MP-RJ apontou que Fabrício Queiroz fez pagamentos em dinheiro de mensalidades escolares e plano de saúde das filhas do senador Flávio Bolsonaro, que totalizam R$ 261 mil.

Documento obtido pela TV Globo revela que 116 boletos foram quitados em espécie. Pelo menos dois deles, de mensalidades de um colégio no Rio –R$ 3.382,27 e R$ 3.560,28 em outubro de 2018–, foram comprovadamente pagos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, segundo o MP.

Esses pagamentos seriam mais um indício da “rachadinha” praticada no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) quando ele era deputado estadual.

De acordo com investigações, a devolução de salários era lavada por uma loja de chocolate e investimentos em imóveis. As investigações acreditam que Flávio é líder da organização criminosa e Queiroz é uma espécie de operador financeiro.

“A análise de suas atividades bancárias permitiu ao Gaecc/MPRJ comprovar que Fabrício Queiroz também transferia parte dos recursos ilícitos desviados da Alerj diretamente ao patrimônio familiar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, mediante depósitos bancários e pagamentos de despesas pessoais do parlamentar e de sua família”, diz trecho da decisão que ordenou a prisão de Fabrício Queiroz.

Queiroz preso

Fabrício Queiroz foi preso na última quinta-feira, 18, em Atibaia, no interior de SP. Ele estava em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro.