Funcionária de hospital denuncia colega por caneca com alusão à Ku Klux Klan

"Ela se limitou a responder que ‘estava brincando’ e que eu teria de respeitar a opinião dela”, disse a denunciate

A técnica de enfermagem Rosana Rezende dos Santos denunciou uma colega de trabalho pelo uso de uma caneca com mensagem fazendo alusão à Ku Klux Klan, organização racista com base norte-americana.

Funcionária de hospital denuncia colega por caneca com alusão à Ku Klux Klan
Créditos: Reprodução/Instagram
Funcionária de hospital denuncia colega por caneca com alusão à Ku Klux Klan

Ambas trabalham atuam no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), no Centro do Rio de Janeiro. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Seguridade e Seguro Social do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), que auxiliou a técnica a realizar a denúncia à ouvidoria da instituição, a caneca tinha a frase “Sou da cuscuz Klan”.

O grupo supremacista, também conhecido como KKK, surgiu na década de 1870 nos Estados Unidos, depois da guerra civil do país. A organização é conhecida por perseguir pessoas negras e judias, atacando até mesmo escolas e igrejas.

De acordo com o Sindsprev, Rosana tentou conversar com a colega, identificada como Marília Romualdo do Amaral, antes de formalizar a denúncia à ouvidoria. Porém, a conversa não teve um bom retorno.

“Perguntei a ela se tinha ciência do que representa a Ku Klux Klan, uma organização terrorista criada por ex-soldados confederados com objetivo de perseguir e assassinar negros. Mas ela se limitou a responder que ‘estava brincando’ e que eu teria de respeitar a opinião dela”, disse Rosana, que é negra.

Conforme o Sindsprev, a técnica de enfermagem procurou a chefia do setor, no entanto as encarregadas disseram que “não poderiam tomar partido”. Uma das enfermeiras que lidera a equipe chegou a relativizar a queixa de Rosana.

“A enfermeira Kelly Baquero chegou ao absurdo de comparar a minha denúncia a uma situação em que, por exemplo, ela estivesse fazendo comentários depreciativos sobre meu cabelo [de trança nagô] e pedisse para eu não mais usar. Mas a comparação foi infeliz porque, na verdade, trata-se de situações absolutamente diferentes”, disse.