Globo responde ofensas de Jair Bolsonaro sobre o caso Marielle
Presidente ofendeu a emissora em transmissão nas redes sociais.
A TV Globo respondeu na noite desta terça-feira, 28, as ofensas do presidente Jair Bolsonaro durante transmissão nas redes sociais em reação à reportagem do caso Marielle Franco exibida no “Jornal Nacional”. Confira a íntegra no final.
Em nota lida pela jornalista Renata Lo Prete, no “Jornal da Globo”, a emissora carioca diz que não “fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade”.
A emissora também ressaltou que “as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações”.
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A nota diz ainda que o “depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados”, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Ofensas
Bastante irritado, o presidente Jair Bolsonaro fez uma transmissão nas redes sociais na madrugada desta quarta-feira, 30, ma Arábia Saudita, onde está em visita oficial, para se defender da reportagem da TV Globo. E disse que não perseguiria a emissora, mas que só aprovaria a renovação de sua concessão se o processo estivesse “enxuto”.
“É uma canalhice o que vocês fazem. uma ca-na-lhi-ce, TV Globo. Uma canalhice fazer uma matéria dessas em um horário nobre, colocando sob suspeição que eu poderia ter participado da execução da Marielle Franco, do PSOL.”
“Temos uma conversa em 2022. Eu tenho que estar morto até lá. Porque o processo de renovação da concessão não vai ser perseguição, nem pra vocês nem para TV ou rádio nenhuma, mas o processo tem que estar enxuto, tem que estar legal. Não vai ter jeitinho pra vocês nem pra ninguém”.
Leia abaixo a íntegra da nota da TV Globo em respostas às ofensas de Jair Bolsonaro:
“A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações.
O depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação.
A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações.”