Gráficas não conseguem comprovar trabalho para o PSL, diz PF
Operação da PF não achou registros físicos, como recibos e ordens de serviços, que provem que os serviços foram efetivamente prestados
A Polícia Federal não encontrou provas de que gráficas tenham realizado trabalho para o PSL de Minas Gerais nas últimas eleições. As candidatas laranjas, usadas para lavagem de dinheiro, estão ligadas a Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo e correligionário de Jair Bolsonaro.
A operação da PF desta semana não achou registros físicos, como recibos e ordens de serviços, que normalmente acompanham trabalhos efetivamente prestados. Uma perícia está sendo realizada em computadores, mas as empresas já avisaram que nada havia sido guardado.
O caso da laranjas
Em fevereiro, a professora aposentada Cleuzenir Barbosa, candidata a deputada estadual em Minas Gerais pelo PSL em 2018, afirmou ter havido esquema de lavagem de dinheiro público durante a campanha em seu estado.
Na época, Gustavo Bebianno era presidente nacional do partido – que elegeu o presidente Jair Bolsonaro – e o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio era o presidente estadual da sigla. Segundo a professora, Marcelo sabia da operação.
“Era o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o esquema. O dinheiro viria para mim e retornaria para eles”, afirmou Cleuzenir em entrevista à “Folha de S.Paulo”.
Ela também apresentou as acusações à polícia e ao Ministério Público, que investiga o caso. Além disso, se mudou para o exterior com medo de retaliações: “Esse povo é perigoso, hoje eu sei, eles são uma quadrilha de bandidos”, disse à Folha.
Segundo a ex-candidata, ela sofreu pressão de assessores de Álvaro Antônio para devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil que recebeu do fundo eleitoral do PSL
Por meio de sua assessoria, o ministro afirmou que “sobre os materiais produzidos para a campanha, é natural que eles não estejam nas gráficas uma vez que eles foram utilizados na campanha.”
“A Folha de S.Paulo mais uma vez, numa atitude totalmente irresponsável sem qualquer compromisso com o leitor ou a sociedade, tenta distorcer os fatos para atender a interesses políticos”.
*Com informações da “Folha de S.Paulo”